terça-feira, 29 de junho de 2010

Baruque e a busca por grandeza

Uma pequena meditação em Jeremias 45. 1-5

Baruque era um auxiliar do profeta Jeremias. Aliás, o único seguidor e amigo do profeta. Jeremias pregou por quatro décadas, mas somente o nobre Baruque dava ouvidos e escrevia o era declarado por ele. Baruque era jovem e certamente esperava frutos positivos no ministério do grande profeta, mas nada aconteceu. Jerusalém seria destruída em breve pelos babilônicos, e ele poderia perder até a sua vida. Então veio a decepção: “Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso” (Jr 45.3).

Aqui aprendemos a primeira lição:

1. O crescimento e o sucesso não são necessariamente resultado de uma vida que agrade a Deus

Quantas vezes não estamos como Baruque? Recebemos talentos de Deus, mas não enxergamos os frutos. Sim, muitos vezes estamos cometendo erros que minam as sementes do crescimento; mas também podemos fazer tudo certo, e mesmo assim nada vingar. Simplesmente a vitória não vem. Ficamos tristes como Baruque, pois sempre temos a mania de pensar que fazer a obra de Deus é garantia de sucesso. O Senhor nos faz acordar e lembrar que insucessos fazem parte da vida cristã.

Costumamos julgar os outros talentos pelos resultados. Achamos que quando existe crescimento o talentoso está sendo abençoado por Deus. Ora, muitos crescem sem nenhum compromisso com o Senhor, simplesmente o crescimento é um inchaço sem sustento. Se crescimento fosse garantia de bênção divina, muitas seitas poderiam ser consideradas a essência do cristianismo. E nem sempre um ministério “derrotado”, pequeno e com dificuldades significa desagrado a Deus, mas simplesmente são contingências que fazem os homens sentirem a maturação na vida pelas provas.

Portanto, se você dirige uma grande Escola Dominical, se você dá palestras para multidões, se você prega para milhares, se você é pastor de uma grande igreja, se você é um blogueiro de sucesso, se você é um escritor de best-sellers... Não pense que Deus está abençoado sua vida como fruto de sua piedade, muitas vezes estamos bem longe de Deus e bem próximos do sucesso no ministério cristão.

Jeremias ganhou somente uma alma, como diríamos no evangeliquês, mas foi um dos maiores profetas que passaram por essa terra. Pedro ganhou milhares de almas em um só dia e também foi um dos maiores homens de Deus da história. O importante não são os números, mas a nossa comunhão com Deus. Se somos líderes de um pequeno grupo ou uma enorme catedral, o importante é a comunhão com Ele.

O interessante é que Deus não deixa o jovem desamparado e sem resposta. Mas certamente ele ouve uma declaração que não esperava. O Senhor relembra que é soberano: “Eis que o que edifiquei eu derribo e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra” (v. 4). Aqui aprendemos a segunda lição:

2. Deus é soberano e sabe o melhor para as nossas vidas

Parece conformismo de derrotados e complexados pela dominadora religião. Não, a doutrina da soberania de Deus não visa a inércia do homem e nem a passividade diante de qualquer injustiça. Agora, a soberania de Deus é um alerta para que a nossa murmuração não avance diante de nossa ignorância. Conhecemos o futuro? A humanidade nasceu em nós? Teremos todas as respostas? É claro que a resposta para cada uma dessas perguntas é um sonora não.

Mesmo não sendo possível que conheçamos todas as repostas, Deus jamais nos impede de fazer as perguntas e buscar algumas respostas possíveis. Baruque estava desesperado e sem respostas. Ele fez as perguntas. Ele ouviu sobre a soberania divina e recebeu a promessa que não seria morto pelos babilônicos. As provas passadas por ele não eram para mostrar a Deus alguma coisa, mas sim para mostrar a ele mesmo a extensão de seu caráter. Como declarou C. S. Lewis perante a morte de sua amada:

Deus certamente não estava fazendo uma experiência com minha fé nem com meu amor para provar a sua qualidade. Ele já os conhecia muito bem. Eu é que não. Nesse julgamento, Ele bos faz ocupar o banco dos réus, o banco das testemunhas e o assento do juiz de uma só vez. Ele sempre soube que o meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo. [1]

Não podemos entender tudo, pois somos mortais. Mas podemos fazer perguntas. Não precisamos cair no conformismo, e nem muito menos na murmuração vazia de alguém daqueles se achamo centro do mundo e manifestam isso no ato do desespero. Sejamos sim, honestos como os nossos sentimentos, mas buscando sempre ao consolo de Deus.

No versículo 5, Deus pergunta para Baruque: “E procuras tu grandezas?”. Aí chegamos em mais uma lição:

3. Não devemos procurar grandezas

Queremos coisas especiais para nós. Queremos o tratamento diferenciado. Queremos grandeza. Buscamos conforto, segurança, saúde, vigor, prazer... simplesmente o tempo todo. Baruque assim também desejou nos tempos mais difíceis na vida naquela nação. Deus ia destruir o que Ele mesmo construiu. Certamente não fazia isso por prazer. Mas ainda assim Baruque pensava na sua satisfação, como qualquer um de nós provavelmente pensaríamos.

Quando buscamos tanto prazer terreno, deixamos de desfrutar do prazer no Senhor. Quando buscamos tantas alegrias no mundo, esquecemos da alegria vinda de Deus. Assim trocamos Jesus Cristo pela banalidade que é a vida. Vivemos constantemente como hedonistas que pensam somente em como aumentar o prazer e satisfação pessoal.

Como igreja evangélica estamos em uma fase horrível. A busca desenfreada pela prosperidade, curas, supostas libertações e modos de vida perfeitos são os venenos que matam a cada dia a vida na igreja brasileira. Os cultos se resumiram em reuniões de autoajuda fajuta, sendo que o Evangelho e a satisfação em Deus vão ficando para trás.

Essa igreja que busca prestígio deveria simplesmente lembrar a oração do salmista: “SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim” (Sl 131.1). Assim, deixaria a bajulação a políticos e outras formas de ganhar fama e poder.

Referência Bibliográfica:

[1] LEWIS, Clive Staples. A Anatomia de uma Dor: um Luto em Observação. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2007. p 71.

Extraído de Teologia Pentecostal

sábado, 26 de junho de 2010

Quero ver provar que Deus não existe

 

Por Clóvis Cabalau

Esta eu pesquei na Super Interessante deste mês e é para deixar o famoso ateísta e cientista Richar Dawkins de cara amarrada. A revista diz mais ou menos assim: “Se por um lado, para alguns cientistas é impossível admitir que certas coisas acontecem por causa de Deus, por outro, é impossível para a ciência provar que Deus não existe”.

Essa afirmação - que é pura ciência - é uma espécie de tiro no pé dos cientistas que ainda não se convenceram de que uma realidade cósmica tão bem planejada [isso mesmo, planejada] não pode ser obra do acaso, ou do caos, de uma explosão como o Big Bang. Consideremos o “grande boommm”: seria muita ingenuidade achar que a disposição perfeita dos planetas e galáxias [pelo menos como conhecemos hoje] e ainda as condições perfeitas da Terra para a existência de vida tenham sido obra do caos. Francamente, é difícil de engolir essa. Muito mais difícil do que acreditar que existe um Criador superior, que, por misericórdia [ou por amor, prefiro eu], nos deu, inclusive, a capacidade pensante de duvidar Dele.

A “culpa” pela incapacidade da ciência de provar a existência é de Galileu Galieli, autor do “método científico”, adotado pelos pesquisadores. A lógica é a seguinte: em vez de simplesmente especular sobre as coisas, Galilei criou um método mais rigoroso. São quatro etapas e só passando por elas é possível se chegar a uma conclusão irrefutável. As etapas são: Observação [Olhe e perceba algo notável]; Pergunta [O que é?, por exemplo]; Hipótese [busque uma provável resposta]; Experiência [faça um teste em circunstâncias controladas para confirmar ou negar a hipótese]. E agora José? Quero ver um cientista provar que Deus não existe? Cadê a prova da sua não existência? Onde procurá-la? E mais: como seria possível criar um teste para medir a existência de Deus?

O problema para os pesquisadores, frisa a Super, “é que a ciência, ao contrário da igreja, não prova as coisas pela negativa [só explicando: um milagre é reconhecido pelo Vaticano quando a ciência NÃO consegue explicar o fato]. Para a ciência, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. Ainda segundo a Super, “a única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e todas as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância. E se Richard Dawkins não gostar, sempre pode tirar as calças e pisar em cima”.
***
Postou Clóvis Cabalau, tirando uma casquinha do Dawkins, no
Púlpito Cristão

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Graça profana e barro redimido

Leonardo Gonçalves

Quando conduzido ao pecado, me visto de pensamentos hipócritas. Culpo pessoas pelo erro que é meu e desejo beber de uma graça profana. Busco palavras em escritores pífios, desejo ler meus contos prediletos. Rejeito a priori aquele livro de capa negra que me abre a alma como um velcro, e me desnuda o ser quando desfere o corte.

Porque é que desejo ler Brennan Manning e não o Livro? Porque é que desejo tanto ler um capítulo de Phillip Yancey?

Sim, eu sei: É porque estou desesperado por graça; mas é de uma graça profana que não pune o erro. É porque desejo um Deus que me ame sempre, mas fujo do pastor que com cajado fere. É porque desejo ser abraçado como o pródigo, mas esqueço que há disciplina divina para quem erra.

Ainda bem que a Graça é soberana, e sem contemplar minhas preferências, age. Deixa-me ansioso, enche-me de temores, me confronta e humilha. Mas quando atua, toda culpa leva. E deixa a alma leve... Que a tua graça leve!

Ah, como é difícil ser barro! Que grande inimigo abrigo dentro de mim! A vontade é bigorna e o desejo, um martelo, que quando golpeia despedaça sonhos, sufoca o fogo, pisa a brasa, faz cessar o calor... Como está tudo mais frio agora!

E você, amigo leitor?
Oh, miserável homem: Quem te livrará deste corpo de morte?
Acaso pensas tu, oh fraco, que és forte?
Pois estás condenado a esta mesma sorte.

Mas a graça é graça! E se o homem peca, é porque é barro. E se a graça fere é porque é graça! E se o pai corrige, é porque ama.

Sim, sou barro! Mas o barro comprado por sangue...

Sim, sou barro! Mas barro lavado, projetado antes da fundação do mundo para ser um vaso de honra.

E embora temores a mente assole, e mesmo quando tambores anunciam a morte, nenhum pecado mudará minha sorte, pois não é maior que o Cordeiro, nem a Graça, a Promessa, a disciplina, o perdão ou o amor.

À Paulo, o mais profano dos apóstolos.

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Leonardo Gonçalves, eternamente grato pela eterna graça, no Púlpito Cristao

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Não escandalize os meninos do Heavy Metal

 

Por Rubinho Pirola

Há alguns anos, estive no Tribal Generation, um fórum que reúne os que dedicam-se a buscar com a mensagem e o testemunho do evangelho, o pessoal da geração chamada emergente.

Foi em Uberlândia-MG. Muita tribo reunida, muita emoção da minha parte ao ver gente maluca de toda espécie - maluca por Jesus e por gente. Gente de todo tipo. Gente que precisa Dele. E que, apesar da nossa velha expectativa religiosa (e preconceituosa), na maioria das vezes, mudada pela cruz, é transformada completamente, mas só por dentro. Por fora, geralmente, contrariamente do que o nosso farisaísmo podia esperar, continuam os mesmos - nos cabelos, nas roupas e adereços, rigorosamente iguais.

Pois foi aí, em meio a muita coisa de Deus no meu coração, no confronto com essas minhas ideias menores, ridículas que ainda teimavam em estar nos cantos escondidos da alma, é que me encontrei com duas ex-ovelhas, do tempo em que pastoreei uma comunidade que se reunia num velho cinema do centro da cidade.

Deviam cada uma, estar já na casa dos 70, 70 e poucos anos. Mas, não tivesse eu uma memória fotográfica - coisa de cartunista - não as teria reconhecido. Cada uma, vestidinha de preto, dos pés à cabeça, bijouterias esquisitas e pasme, com bandanas pretas a cobrirem os cabelos nevados.

Na hora, eu deixei soltar aquela clássica, fruto do inusitado da cena: "Até vocês, minhas irmãs? O que é isso? Que roupas são essas?"...

Tente imaginar a cena e o meu espanto, diante de duas senhoras, exemplos de oração e dedicação piedosa, duas senhoras septuagenárias, na acepção do termo. Ali, diante de mim, duas malucas, passadas do tempo, com correntes e tudo à volta da cintura.

No momento, explicaram-me rapidamente as duas, com toda a autoridade que os céus lhes dava: "Rubinho, pastor amado, estamos assim porque vamos receber pra um concerto aqueles jovens malucos do death metal" (eu confesso: nunca soube que havia até categorias a dividir os caras do movimento heavy!) e emendaram... "e não queremos de maneira nenhuma escandalizar os meninos!"

Taí... Naquela noite tive - pela primeira vez na minha vida - ouvido no mais estrito senso bíblico que, creio, Cristo havia utilizado para defender os pequenos, os que mais necessitados e distantes estavam da mesa farta da graça de Deus.

Até aquela tarde, só tinha ouvido a aplicação dessa palavra, no lado oposto, como um escudo farisaico contra pessoas, para resguardarem um limite de intolerância e preconceito. Algo usado para proteger gente que, como crente, madura, velha de casa, devia mais era ter misericórdia e força suficiente para rebaixar-se à estatura dos perdidos e débeis na fé, para servi-los apresentando-lhes o amor do Pai. E não o contrário.

Desde há muito, ouvira esse: "Cuidado para não escandalizar", para proteger gente que já devia ter maturidade suficiente para flexionar-se à estatura dos mais novos.

Escândalo, cara, é fazer algo, é portarmos-nos de modo a impedir as pessoas de virem a Cristo. Aplicado a crente, escândalo nada mais é do que frescura.

Aplicado à crentes maduros é incentivar a intolerância, o preconceito e o fechar-lhes a guarda em torno das suas preferências, manias e gostos.

Cristo nos chama hoje a despirmos-nos dos nossos cômodos escudos de proteção contra os outros, daquilo que fazem de nós pedra de tropeço à aqueles que querem vir a Ele. Como aliás, Ele fez, despindo-se que tudo o que possuía no céu e vestir-se dessa roupinha ridícula, sensível, frágil, de humanidade.

Estamos prontos a abrirmos mãos de nós mesmos pelos outros? Até que ponto estamos dispostos a ir para não os escandalizarmos?

Nessa tarde, lembrei-me da lição daquelas duas malucas lindas e amadas da minha terra. E orei pra que nunca percam esse amor e elasticidade no irem até aos pequenos.

Nada mais radical e maluco!

***
Fonte:
Rubinho Pirola

Onde estão os homens inquietos do Século XXI?

 

Por André Sanchez

Para mim, um homem sem inquietações deve parar e analisar se realmente está vivo. Os grandes homens são homens inquietos. Não inquietos dominados pela ansiedade, mas dominados pelo inconformismo, pela energia do desejo de mudar, de conquistar, de avançar, de resolver, de fazer, de melhorar.



Tenho sentido as pessoas muito quietas; tudo está bom, tanto faz, não tem jeito, não tem solução, é melhor deixar pra lá, vou ficar no meu canto...

Maldita quietude que nos faz ficar parados ou até andarmos para trás. Maldita quietude que nos faz virar uns covardes, maldita quietude que nos acomoda, maldita quietude que é gostosa para muitos, mas envenena, vicia e mata...

Deus não ensinou aos seus servos espírito de quietude. Os servos de Deus sempre foram aqueles que deixaram o conforto e mergulharam nas inquietações, foram lá, transformaram e fizeram a diferença guiados por Deus.

Se você está acovardado, quieto, desmotivado, inoperante, improdutivo, acomodado, peço a você que veja e siga o exemplo de pessoas que foram inquietas, que foram corajosas, motivaram, operaram, produziram, realizaram, transformaram; sim, pessoas de carne e osso como nós, mas que não aceitaram a viciante e mortífera quietude:

"Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis pôr à prova, ofereceu o seu filho Isaque em sacrifício. Deus tinha prometido muitos descendentes a Abraão, mas mesmo assim ele estava pronto para oferecer o seu único filho em sacrifício."


"Foi pela fé que Moisés, quando já era adulto, não quis ser chamado de filho da filha de Faraó. Ele preferiu sofrer com o povo de Deus em vez de gozar, por pouco tempo, os prazeres do pecado."


"Foi pela fé que Moisés saiu do Egito, sem ter medo da raiva do rei, e continuou firme, como se estivesse vendo o Deus invisível."


"Foi pela fé que caíram as muralhas de Jericó, depois que os israelitas marcharam em volta delas durante sete dias."


"O que mais posso dizer? O tempo é pouco para falar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas. Pela fé eles lutaram contra nações inteiras e venceram. Fizeram o que era correto e receberam o que Deus lhes havia prometido."


"Fecharam a boca de leões, apagaram incêndios terríveis e escaparam de serem mortos à espada. Eram fracos, mas se tornaram fortes. Foram poderosos na guerra e venceram exércitos estrangeiros."

(Hebreus 11. 17, 24, 25, 27, 30, 32, 33 - NTLH)

Extraído de Esboçando Idéias

terça-feira, 15 de junho de 2010

Semeadores e pregadores

E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear...           – Mt 13.3
A obra do pregador assemelha-se à do semeador. Assim como o semeador, o pregador tem de semear boa semente; tem de semear a pura Palavra de Deus e não as tradições da igreja nem as doutrinas dos homens. Sem isso o seu labor será inútil. O pregador pode andar de um lado para o outro, parecer que diz muito e que se esfalfa na correria semanal das obrigações do ministério; mas não haverá colheita de almas para o céu, não resultará em vidas, nem em conversão.
Assim como o semeador, o pregador tem de ser diligente; não deve economizar esforços; precisa usar de todos os meios possíveis para fazer prósperar sua labuta; é-lhe indispensável semear "junto a todas as águas" [Is 32.20] e "lavrar com esperança" [1Co 9.10]; precisa estar pronto "a tempo e fora de tempo" [2Tm 4.2]; não deve ser detido por dificuldades nem desânimos: "Quem observa o vento nunca semeará" [Ec 11.4]. Sem dúvida, o sucesso do pregador não depende só do seu labor e diligência, mas sem labor e diligência não se alcança o sucesso (Is 32.20; 2Tm 4.2; Ec 11.4).
Assim como o semeador, o pregador não tem poder para dar vida. Pode lançar a semente entregue ao seu cuidado, mas não pode ordenar que ela germine; pode apresentar a Palavra da Verdade às pessoas, mas não tem poder para obrigá-las a recebê-la e a fazê-las produzir frutos. Dar a vida é prerrogativa solene de Deus: "O espírito é o que vivifica". Somente Deus é "que dá o crescimento" (Jo 6.63; 1Co 3.7).
Deixemos que essas reflexões penetrem nosso coração. Não é fácil ser um verdadeiro ministro da Palavra de Deus. Ser um obreiro indolente e formal na igreja é fácil; ser um semeador fiel é terrivelmente difícil. Em nossas orações, devíamos interceder de maneira especial pelos pregadores.
Autor: J. C. Ryle (1816–1900)
Fonte: Day by day with J. C. Ryle, org. Eric Russell, Christian Focus Pub., p.179
Tradutor: Marcos Vasconcelos

Extraído de Mens Reformata

sábado, 12 de junho de 2010

Dia do Pastor

Por Renato Vargens

Neste domingo boa parte da igreja evangélica comemorará o dia do pastor.

Pois é, como já escrevi inúmeras vezes o ministério pastoral não é nada fácil. Cotidianamente os pastores lidam com situações extremamente complicadas onde dor, angústia e ansiedade se fazem presentes. Sem sombra de dúvidas os Ministros do Evangelho  ao conduzirem o rebanho de Cristo desenvolvem um árduo e penoso trabalho. Se não bastasse isso, eles necessitam esmerar-se no estudo da Bíblia, dedicar-se com afinco a oração e piedade, aconselhar os tropegos, admoestar os insubmissos, além de treinar e fazer discipulos ensinando-as a guardar no coração a sã doutrina.

O pior disso tudo, é que parte da igreja não reconhece o valor do pastor. Na verdade alguns irmãos  não tratam de seus pastores como deveriam. Infelizmente conheço inúmeros casos de pastores marcados por igrejas intransigentes, que exigem de seus líderes atitudes sobre-humanas, levando-os a exaustão espiritual.

Isto posto gostaria de  trazer algumas sugestões para aqueles que entendem a complexidade do ministério pastoral e que desejam se tornar incentivadores do seu pastor:

1º- Interceda e ore pelo seu pastor todos os dias. Faça-o saber que está orando por ele.
2º - Preste atenção ao sermão. Dê ao pregador toda a sua atenção, e procure colocar em prática aquilo que está sendo pregado no púlpito.
3º- Decida  aprender com seu pastor. Deixe que o sermão do domingo seja o início do seu estudo semanal. Pegue o que você ouviu e aplique-o às suas outras leituras, estudos e leitura bíblica.
4º Evite fofocas. Proteja o seu pastor incentivando o queixoso a resolver suas questões pessoalmente com ele.
5º - Não joque lenha na fogueira. Seja um "apagador" de incêndios.
6º- Pergunte a si mesmo: Como posso encorajar o meu pastor? O que eu posso começar a fazer, que ainda não tenha feito no passado para animá-lo. Eu estou apoiando o pastor e seu ministério ? Eu mostro isto pelas coisas que eu digo e faço?
7º- Se você tiver dúvidas a respeito do ensino do pastor, pesquise nas Escrituras e estude-as cuidadosamente, com a mente aberta. Discuta a interpretação com seu pastor de maneira franca e sincera, e depois permita ao Espírito Santo guiá-lo e ensiná-lo na verdade. Esteja preparado para diferenças honestas de opinião acerca do significado de algumas passagens.
8º - Encoraje o seu pastor a gastar tempo regularmente em oração e estudo.
9º- Deixe para ele um bilhete de vez em quando mencionando coisas que ele tenha dito ou feito que teve algum significado para você. Menções específicas de como as mensagens têm ministrado a você.
10º - Evite criticas descontrutivas.
11º - Estimule grupos na sua igreja - especialmente aqueles dos quais você faz parte  a encorajar o pastor e a sua família. Converse com outros a respeito dos ensinos dos sermões. Promova conversas e ensino, baseados nos sermões, como uma parte regular das suas conversas na igreja.
12º -  Encoraje a família do seu pastor.

E por fim responda sinceramente: "se você fosse pastor gostaria de ter uma pessoa igual a você como ovelha?

Prezado amigo, valorize seu pastor, com certeza isso agradará ao Senhor.
PS: Que tal escrever para ele ou mandar um mensagem de texto agradecendo a Deus pelo seu ministério?

Renato Vargens

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Evangelho e A Cabana

Uma coisa é certa: ninguém consegue ler o livro A Cabana e ficar neutro ou imparcial. Quem gosta, gosta apaixonadamente, tanto que geralmente o indica para todos que encontra e compra um monte de exemplares para dar de presente a amigos e conhecidos. Quem não gosta, fica furioso e combate energicamente os pontos que considera heréticos. Não é por outro motivo que aparece quase sempre em primeiro lugar na lista da VEJA dos livros de ficção mais vendidos há mais de 83 semanas consecutivas.

Para um manuscrito que não foi aceito pelas editoras evangélicas, porque o consideraram muito fantasioso e escandaloso, nem pelas editoras seculares, porque fala muito de Jesus e de Deus, isso é um fenômeno impressionante. E não foi somente em terras tupiniquins que alcançou tamanho sucesso. Ficou na lista dos mais vendidos da New York Times por 70 semanas e já vendeu mais de 7 milhões de cópias em inglês.

Pessoalmente, não tive nenhum interesse em ler esse livro até receber entusiásticas indicações de amigos cuja opinião respeito muito. Quando o li, fiquei tão impactado quanto eles. Por ser uma fantasia e não um compêndio teológico, o autor tem toda a liberdade para não ficar preso a clichês evangélicos. Pelo contrário, parece ter prazer em desmanchá-los! Mas a mensagem que passa do amor eterno de Deus pelo homem e do relacionamento maravilhoso que existe entre as pessoas da Trindade é imperdível e de valor incalculável.

Após ler o livro Por Que Você Não Quer Mais Ir À Igreja? de Wayne Jacobsen (o homem que ajudou William Young a reescrever A Cabana) e de ouvir palestras dele numa conferência em Sorocaba, SP (nos dias 5 e 6 de dezembro de 2009), fui sentindo-me muito intrigado com novos aspectos do evangelho que até então não havia percebido. Tanto ao ler os livros quanto ao ouvir o autor, tive a sensação de discordar fortemente de alguns conceitos ao mesmo tempo em que não conseguia descartá-los porque pareciam ter fortes bases bíblicas. Esse sentimento paradoxal, apesar de desconfortável, não é negativo, pois nos impele a voltar-nos para as Escrituras como se nunca as tivéssemos lido antes, em busca de uma revelação mais perfeita da verdade.

Apesar de saber que é impossível transmitir, nas poucas palavras de um artigo de revista, meus pensamentos e descobertas a esse respeito, quero, pelo menos, esboçar alguns conceitos que poderão ser úteis para leitores sinceros que estão trilhando a mesma caminhada em busca de um conhecimento mais profundo de Deus, do seu amor e do seu maravilhoso evangelho.

Lembro-me, como se fosse hoje, de um dia em que meu pai, John Walker, compartilhou conosco uma revelação que acabara de receber. Ele disse que sempre ficara incomodado ao ver que os esotéricos e místicos espíritas têm muito mais facilidade do que os cristãos para acessar o mundo espiritual e apresentar um comportamento tranquilo e cheio de amor e caridade. A razão para isso, de acordo com sua nova descoberta, é que os espíritas não enfrentam o obstáculo do pecado e da lei. Para eles, o pecado consiste apenas em imperfeições que serão sanadas por meio de múltiplas reencarnações e experiências de aprendizagem. Sem o pecado e sem a lei, não sofrem de senso de culpa ou condenação e, por isso, têm facilidade para entrar no nível espiritual e tranquilidade mental e psíquica para demonstrar bondade, educação e caridade ao próximo.

Os cristãos, por outro lado, vivem numa luta constante com o problema do pecado, e isso os faz oscilar entre sentimentos de orgulho e culpa, justiça própria e condenação, exultação e depressão. Por causa desse estado mental, dificilmente entram no nível de revelação espiritual e raramente conseguem sentir ou transmitir paz, alegria e amor para abençoar os que estão ao seu redor.

Em conclusão, podemos afirmar que o problema todo gira em torno do pecado e da lei. Não é por coincidência que a Bíblia inteira, tanto no Velho Testamento quanto no Novo, trata desse assunto! E é por não entendermos a mensagem da Bíblia sobre isso que vivemos tão aquém da herança que Cristo morreu para nos legar.

Os três níveis

Agora, quero apresentar para você uma ferramenta que talvez o ajude a entender essa mensagem e, consequentemente, a tirar proveito da mensagem do livro A Cabana e dos livros e palestras do nosso querido irmão Wayne. Chamo esta ferramenta de OS TRÊS NÍVEIS DO CONHECIMENTO DE DEUS.

O primeiro nível, na verdade, não é um nível de conhecimento; é quando há total desconhecimento de Deus! Chamo os ocupantes desse nível de “pecadores alegres” (em analogia com a expressão popular “bobo alegre”). Uma boa ilustração sobre as pessoas dessa categoria são as doenças assintomáticas. A pessoa pode sofrer de uma doença capaz de matá-la (hipertensão, por exemplo) e continuar sentindo-se feliz e despreocupada porque não apresenta sintoma algum.

Paulo diz em Romanos 7.9: “E outrora eu vivia sem a lei; mas assim que veio o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri...” Sem a revelação do Deus Todo-poderoso, Rei do universo, tão santo e puro que sua mera proximidade, mesmo sem querer, mataria o corrupto e perverso, o homem consegue viver mais ou menos tranquilo. Quando se compara com outros que julga piores do que ele, consegue ficar em paz consigo mesmo e imaginar que sua situação não seja tão ruim.

Quando, porém, “vem o mandamento”, isto é, quando Deus se revela a ele, a situação muda drasticamente. Diante da santidade aterradora de Deus, suas boas obras e “bom caráter” viram trapos de imundícia diante dos próprios olhos, deixando-o horrorizado frente à revelação de seu verdadeiro estado interior. “Os pecadores de Sião [povo de Deus, da igreja!] se assombraram; o tremor apoderou-se dos ímpios. Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? Quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?” (Is 33.14).

Diante dessa crise terrível, a pessoa sai do primeiro nível e entra no segundo, que pode ser chamado de “pecadores desesperados”. Ela sai do estado de ignorância da existência e da força desse horrível mal que existe dentro dela e entra num estado de espanto e perplexidade. Romanos 7 é o capítulo que descreve essa situação com mais exatidão. Não é o estado de um cristão normal, em termos bíblicos. É o início da conversão, mas não o fim! É o estado de uma pessoa que tomou conhecimento da verdadeira natureza de Deus e de sua própria natureza caída e abominável.

Nesse ponto, ela está numa espécie de “terra de ninguém”, semelhante à região que fica entre as duas Coreias; quem anda por lá pode ser morto tanto pelos guardas da Coreia do Sul quanto pelos da Coreia do Norte. A pessoa sente-se acusada pelo diabo e rejeitada por Deus. Parece ser muito pior do que o primeiro nível, mas não é. O ditado “É preciso piorar primeiro para depois melhorar” pode ser aplicado aqui. É muito melhor saber a verdade sobre sua doença do que continuar alegre na ignorância e ser destruído repentinamente. E, para quem realmente experimenta essa crise em profundidade, o grito no final de Romanos 7 expressa perfeitamente o que ele sente: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24).

De acordo com Wayne, o temor do Senhor é o início da sabedoria, não o fim. O fim é o terceiro nível. O fim é conhecer o amor de Deus que excede todo o entendimento. O fim é saber “que o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 Jo 4.18). Podemos chamar este terceiro nível de “pecadores livres”.

Um bom exemplo da passagem do segundo para o terceiro nível é a conversão do apóstolo Paulo.

Depois do encontro com Jesus no caminho para Damasco, durante três dias de horror, sem comer nem beber, em escuridão física (pela cegueira) e espiritual, só podia estar pensando sobre tudo o que fizera com tanto sacrifício durante toda a sua vida e como estava totalmente errado, totalmente perdido. Foi então que recebeu a visita de Ananias, que lhe trouxe cura, batizou-o nas águas e assim o introduziu no reino de graça e amor do nosso Senhor Jesus Cristo. O alvo de Deus para nós, numa vida cristã biblicamente normal, é que vivamos inundados com a consciência do amor de Deus por nós, livres de toda culpa, condenação, vergonha e medo. Esse é o terceiro nível do conhecimento de Deus.

Cuidado com atalhos

É verdade que os espíritas conseguem acessar o mundo espiritual com muito mais facilidade do que os cristãos, mas, por usarem atalhos e não enfrentarem o problema do pecado e da lei, não é com o Espírito Santo que fazem contato. Os milagres que realizam e a paz e o amor que evidenciam são falsos; vêm por meio de outros espíritos, espíritos enganadores. Se você quiser ter comunhão com Deus e ouvir a voz do Espírito Santo, não pode usar atalhos. É necessário encarar de frente o problema do pecado e da lei santa de Deus. Não existe outro caminho a não ser por meio de Jesus e do seu sacrifício. Para passar do primeiro nível para o terceiro, é necessário enfrentar o segundo!

A grande tragédia hoje é que a maioria dos cristãos se encontra no primeiro ou no segundo nível. É possível participar por muitos anos de uma igreja hoje e nunca ouvir sobre a santidade de Deus, a realidade do inferno e o perigo de ter uma grande decepção no Dia do Juízo. Em muitos púlpitos hoje, só se ouve sobre as bênçãos de Deus referentes à vida financeira, à conjugal e à emocional. Por outro lado, nas igrejas onde há pregações mais sérias, os cristãos vivem atormentados por dúvidas sobre sua salvação e oprimidos por sentimentos de culpa durante a maior parte do tempo. Nesse caso, geralmente tentam aliviar a alma pelo esforço humano, tentando obedecer exortações de seus líderes para darem ofertas maiores, jejuarem mais frequentemente e cumprirem obrigações adicionais.

A única maneira de nos livrarmos dessas situações indesejáveis é por meio de ouvir e crer no evangelho puro de nosso Senhor Jesus Cristo. Realmente ali encontramos boas novas! Não precisamos pegar atalhos nem nos submeter a jugos de escravidão. Podemos sentir-nos totalmente miseráveis e imprestáveis e, ao mesmo tempo, saber, sem sombra de dúvida, que Deus nos ama incondicionalmente. É por causa desse amor que ele providenciou um meio perfeito, não somente para perdoar-nos, mas também para transformar-nos em pessoas santas e irrepreensíveis. Esse é o conteúdo do evangelho, revelado em muitos lugares nas Escrituras e exposto de forma especialmente clara e completa no livro de Romanos. Se foi isso o que ele prometeu, é certeza que vai realizar tudo o que prometeu a nosso respeito.

Para pessoas que sofrem há anos as consequências de viverem no segundo nível, a mensagem de A Cabana traz vislumbres desse evangelho, dessas boas novas a respeito de quem Deus realmente é e como ele pensa e sente a nosso respeito. Para pessoas que nunca tiveram contato com o verdadeiro Deus e não possuem noção alguma da santidade dele nem da própria imprestabilidade, pode ser que a leitura de A Cabana apenas reforce seu sentimento infundado de tranquilidade e seu conceito de um Deus “Papai Noel”, como vovô misericordioso no Céu que passa por cima dos nossos pecados como se não tivessem qualquer importância ou seriedade.

No fim das contas, o que importa não é A Cabana ou sua posição em relação a ela e, sim, em que nível você está no conhecimento de Deus. Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3). Quando os anjos cantaram na ocasião do nascimento de Jesus, com certeza não estavam celebrando uma vida cristã de pecador alegre, nem uma vida atribulada por esforço humano e condenação. Eles estavam louvando a Deus porque agora seria liberada, para os homens, uma vida plena de conhecimento do amor insondável de Deus, manifestado pela ação inédita de enviar seu Filho em forma humana para destruir o poder do pecado e transmitir-nos o dom gratuito da sua justiça.

Não precisamos mais ficar nos primeiros dois níveis – podemos viver como filhos amados no terceiro nível! 

por Harold Walker

Extraído de Revista Impacto

A Verdade Sobre a Verdade

Existe o Absoluto?

Muita coisa tem sido dita a respeito da relativização da verdade. A filosofia, frustrada com suas próprias tentativas de chegar a valores absolutos que tragam um senso de segurança para o desespero típico do homem pós-moderno, tem chegado à confortável conclusão de que tal busca pelo absoluto é precisamente a origem do desespero. Dessa forma, as leituras pessoais independentes que possibilitam a adoção de verdades particulares parecem fornecer as respostas mais plausíveis.

A tese é que nenhuma verdade é absoluta porque os indivíduos que a assimilam são extremamente diferentes uns dos outros, o que fatalmente conduzirá a interpretações diferentes. Daí o conceito de que a verdade é relativa, e dois pontos de vista diametralmente opostos acerca do mesmo assunto podem ser igualmente válidos – pois a verdade passou a ser de âmbito privado. Sob essa forma de pensar, a verdade se acomoda ao homem e não o homem à verdade. Isso parece ser mais uma tentativa do homem de se tornar um pensador independente – livre de qualquer tirania.

Os pensadores pós-modernos consideram que o conceito absoluto de verdade é tirano. Submeter-se a uma verdade absoluta é negar a liberdade do homem e até mesmo a diversidade da raça.

Não é difícil depreender o fato de que o cristianismo – que já se tornou fundamentalista, na análise de muitos intelectuais – é uma ameaça à liberdade de pensar. O cristianismo é fundamentado em conceitos absolutos e é sustentado pela fé em um Deus que, nas palavras de James Houston, é o “Absoluto Absoluto”.

A Inconsistência da Verdade Enquanto Conceito Absoluto

De fato, a verdade, como um conceito absoluto, está fadada ao fracasso. A lógica é clara. Referências diferentes e contextos diferentes geram interpretações diferentes, e limitar a verdade a um mero conceito é sujeitá-la a tais interpretações. Por outro lado, podemos dizer que a verdade se revela nos fatos, e os fatos, na maioria das vezes, são diferentes de acordo com as interpretações dos mais diversos observadores.

Um exemplo: duas pessoas podem fazer leituras diferentes de determinada cor em um objeto. O que para um é verde, para o outro pode ser azul, dependendo do conceito que este tem das cores. Ou seja, para observadores diferentes, sujeitos a impressões diferentes, temos interpretações diferentes que sugerem fatos diferentes.

A verdade, sob essa ótica, não é única. Isso acontece com qualquer análise conceitual. Inúmeras verdades podem ser geradas por inúmeros intérpretes. Sendo assim, os homens criam suas próprias verdades, pois todo conceito está sujeito a interpretações.

É por esse motivo que o Apóstolo João se refere à encarnação como um dos pilares da fé cristã. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). O Verbo (Logos), que para os gregos nada mais era do que um conceito indefinido de uma força criadora, porém impessoal, na abordagem de João, deixa de ser um mero conceito a ser interpretado e passa a assumir forma humana. Jesus – a Verdade encarnada – faz da verdade não mais um conceito a ser interpretado e alterado ao longo das décadas, mas uma pessoa. E isso muda completamente a história. Um conceito pode ser explorado, assimilado e abordado segundo diferentes interpretações, mas a única abordagem aceita, quando se trata de uma pessoa, é o relacionamento.

Cristo veio deixar claro que a verdade não é um conceito e, sim, uma pessoa. E dessa forma, a verdade se torna absoluta, pois o conceito pode ser relativizado com vistas à assimilação, mas a pessoa não. Ninguém pode mudar uma pessoa simplesmente por meio de interpretações. Mas o contato pessoal por meio de relacionamento, esse, sim, é profundamente transformador.

O grande problema ao lidarmos com a verdade é que pensamos na verdade como um conceito. E todo conceito pode ser manipulado, até mesmo no que diz respeito à fé cristã.

Quando pensamos no cristianismo como um conceito, um livro de regras de conduta, um código moral, uma filosofia de vida ou qualquer coisa do tipo, submetemo-lo – assim como qualquer conceito – ao poder das interpretações. Quando a verdade do cristianismo está sujeita a interpretações humanas, o resultado é religião. Creio ser esse um dos grandes problemas da igreja hoje. O cristianismo é vivido como uma série de conceitos friamente interpretados e a igreja, ao invés de ser aquele organismo vivo e transformador no qual a Verdade opera por meio de relacionamentos pessoais, passa a ser um órgão informativo que procura disseminar conceitos de como se pode viver melhor.

Como Chegar à Verdade?

Uma das maiores crises que os líderes cristãos sinceros passam em seus ministérios é a incoerência entre o domingo e a semana, na vida dos crentes. Como as pessoas conseguem desenvolver um estilo de vida completamente oposto ao cristianismo, se estão na igreja domingo após domingo? Por que a palavra não muda a vida e a conduta de muitas pessoas que se dizem cristãs? Creio que, enquanto a palavra não se tornar a Palavra Encarnada, que não se acomoda às interpretações, mas incomoda todo aquele que com ela se relaciona, não veremos muita mudança.

A proposta de Cristo – o caminho, a verdade e a vida (bases absolutas) – é a de que, para chegar ao conhecimento da verdade, é necessário um relacionamento pessoal com ele.

“...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).

A tirania aprisionadora é, de fato, a tirania da verdade manipulada pelas interpretações humanas – a tirania da grande mentira. Cristo se coloca como o único que pode nos libertar pelo conhecimento da verdade. Nossa assimilação da verdade não se trata de uma questão cognitiva e, sim, relacional. Não é por meio da informação que compreendemos a verdade, mas é por meio do relacionamento com a Verdade encarnada que nos tornamos livres. O relacionamento nos leva à verdade incorrupta – a verdade como realmente é.

A prática da verdade é o relacionamento vivo com Cristo. Quando falamos de praticar a palavra, não podemos limitar essa prática a um simples cumprimento de regras estabelecidas, nem tampouco à prática de dicas para se viver uma vida feliz. Se a proposta do cristianismo fosse essa, seria apenas mais uma forma de auto-ajuda. A prática da verdade é o resultado de uma vida de relacionamento com Jesus. Um dos maiores erros que alguém pode cometer é o de tentar interpretar Jesus ao invés de relacionar-se com ele.

Uma das figuras que Jesus assumiu na Bíblia é a figura do Mestre. O Mestre não apenas ensina o conceito, mas transforma conceito em vida por meio do relacionamento.

Isso nos leva a uma conclusão. Se a verdade é revelada por meio do relacionamento, a comunhão é o método de ensino de Jesus. Assim, se quisermos uma igreja instruída na Verdade, precisamos deixar de apenas disseminar conceitos em púlpitos e aulas de Escola Dominical para, através de relações vivas e significativas, transformarmos esses conceitos em vida.

Creio que é a isso que o Apóstolo Paulo se refere quando escreve:

Mas, falando a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4.15).

O amor é a linguagem da Verdade. E a igreja é a comunidade da Verdade. Precisamos deixar de ir à igreja para começarmos a ser a igreja. Precisamos deixar de interpretar a Verdade para viver a Verdade, por meio da Verdade e para a Verdade.

Mateus Ferraz de Campos é um dos pastores da Igreja do Nazareno em Americana - SP

E-mail: prmateusferraz@cantodoceu.com.br

Visite o site:

www.cantodoceu.com.br

por Mateus Ferraz de Campos

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sai da tua terra

A nossa cultura, envolvimento familiar e estilo de vida tem se transformado numa prisão para nós e nos impedido de ver os campos brancos para a ceifa.
A mudança geográfica não é indispensável mas nos coloca em estado de atenção e dependência.



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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Jesus Não era Cristão

Muita gente pensa que sim. Todavia, a religião de Jesus não era cristianismo. Explico. Jesus não tinha pecado, nunca confessou pecados, nunca pediu perdão a Deus (ou a ninguém), não foi justificado pela fé, não nasceu de novo, não precisava de um mediador para chegar ao Pai, não tinha consciência nem convicção de pecado e nunca se arrependeu. A religião de Jesus era aquela do Éden, antes do pecado entrar. Era a religião da humanidade perfeita, inocente, pura, imaculada, da perfeita obediência (cf. Lc 23:41; Jo 8:46; At 3:14; 13:28; 2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26; 1Pe 2:22).

Já o cristão – bem, o cristão é um pecador que foi perdoado, justificado, que nasceu de novo, que ainda experimenta a presença e a influência de sua natureza pecaminosa. Ele só pode chegar a Deus através de um mediador. Ele tem consciência de pecado, lamenta e se quebranta por eles, arrepende-se e roga o perdão de Deus. Isto é cristianismo, a religião da graça, a única religião realmente apropriada e eficaz para os filhos de Adão e Eva.

Assim, se por um lado devemos obedecer aos mandamentos de Jesus e seguir seu exemplo, há um sentido em que nossa religião é diferente da dele.
Quando as pessoas não entendem isto, podem cometer vários enganos. Por exemplo, elas podem pensar que as pessoas são cristãs simplesmente porque elas são boas, abnegadas, honestas, sinceras e cumpridoras do dever, como Jesus foi. Sem dúvida, Jesus foi tudo isto e nos ensinou a ser assim, mas não é isso que nos torna cristãos. As pessoas podem ser tudo isto sem ter consciência de pecado, arrependimento e fé no sacrifício completo e suficiente de Cristo na cruz do Calvário e em sua ressurreição – que é a condição imposta no Novo Testamento para que sejamos de fato cristãos.

Este foi, num certo sentido, o erro dos liberais. Ao removerem o sobrenatural da Bíblia, reduziram o Jesus da história a um mestre judeu, ou um reformador do judaísmo, ou um profeta itinerante, ou ainda um exorcista ambulante ou um contador de parábolas e ditos obscuros que nunca realmente morreu pelos pecados de ninguém (os liberais ainda não chegaram a uma conclusão sobre quem de fato foi o Jesus da história, mas continuam pesquisando...). Para os liberais, todas estas doutrinas sobre o sacrifício de Cristo, sua morte e ressurreição, o novo nascimento, justificação pela fé, adoção, fé e arrependimento, foram uma invenção do Cristianismo gentílico. Eles culpam especialmente a Paulo por ter inventando coisas que Jesus jamais havia dito ou ensinado, especialmente a doutrina da justificação pela fé.

Como resultado, os liberais conceberam o Cristianismo como uma religião de regras morais, sendo a mais importante aquela do amor ao próximo. Ser cristão era imitar Cristo, era amar ao próximo e fazer o bem. E sendo assim, perceberam que não há diferença essencial entre o Cristianismo e as demais religiões, já que todas ensinam que devemos amar o próximo e fazer o bem. Falaram do Cristo oculto em todas as religiões e dos cristãos anônimos, aqueles que são cristãos por imitarem a Cristo sem nunca terem ouvido falar dele.

Se ser cristão é imitar a Cristo, vamos terminar logicamente no ecumenismo com todas as religiões. Vamos ter que aceitar que Gandhi era cristão por ter lutado toda sua vida em prol dos interesses de seu povo. A mesma coisa o Dalai Lama e o chefe do Resbolah.

Não existe dúvida que imitar Jesus faz parte da vida cristã. Há diversas passagens bíblicas que nos exortam a fazer isto. No Novo Testamento encontramos por várias vezes o Senhor como exemplo a ser imitado. Todavia, é bom prestar atenção naquilo em que o Senhor Jesus deve ser imitado: em procurarmos agradar aos outros e não a nós mesmos (1Co 10:33 – 11:1), na perseverança em meio ao sofrimento (1Ts 1:6), no acolher-nos uns aos outros (Rm 15:7), no andarmos em amor (Ef 5:23), no esvaziarmos a nós mesmos e nos submeter à vontade de Deus (Fp 2:5) e no sofrermos injustamente sem queixas e murmurações (1Pe 2:21). Outras passagens poderiam ser citadas.

Todas elas, contudo, colocam o Senhor como modelo para o cristão no seu agir, no seu pensar, para quem já era cristão.
Não me entendam mal. O que eu estou tentando dizer é que para que alguém seja cristão é necessário que ele se arrependa genuinamente de seus pecados e receba Jesus Cristo pela fé, como seu único Senhor e Salvador. Como resultado, esta pessoa passará a imitar a Cristo no amor, na renúncia, na humildade, na perseverança, no sofrimento. A imitação vem depois, não antes. A porta de entrada do Reino não é ser como Cristo, mas converter-se a Ele.

Extraído de O Tempora, o Mores

Atitudes premeditadas

A maioria das relações funciona dentro de um processo de antecipação de ações, resultado de uma espécie de jogo de adivinhação que cada um de nós pratica em relação ao outro. Não há, por evidente, nada de errado quando estas atitudes são fruto da experiência de vida. Afinal, é para isso que serve o aprendizado. Se sei que eventos específicos, antes vividos em circunstâncias parecidas, tem um desfecho prejudicial para mim, antecipo-me e ajo de modo a contornar a situação ou tomo medidas que garantam, ainda que de forma mínima, um final menos danoso.

Do mesmo modo, nas relações pessoais, é prudente e necessário no trato com algumas pessoas - quando se sabe que aquele indivíduo – não de forma determinista, pois as pessoas podem mudar – costuma agir de forma conhecida –, evitar um tipo de contato como forma de proteção ou mantê-lo num nível asséptico.

Até aqui, o que vale para estas manobras é a experiência de vida, o conhecimento. Entretanto, estas mesmas ações evitativas podem ser resultantes de um ativo sistema de defesa, montado com tranqueiras de experiências dolorosas no passado, especialmente quando se trata de decepções em relações pessoais. As novas ou antigas relações são determinadas, neste caso, pela permanente desconfiança. O intuito de quem age assim é uma proteção emocional, é o medo de ser machucado. A cada nova vivência relacional, é acionado um sistema de alarme que se baseia, a esta altura, em aparência. Dezenas de pequenos julgamentos que vão do modo de falar a um inofensivo tique que o novo conhecido apresente.

Cada um destes itens são “provas” irrefutáveis de que aquela pessoa não deve ser lá de muita confiança, portanto, é preciso estar sempre alerta para que a cada suposição perpetrada na mente do desconfiado, uma atidude protetora seja realizada.

E como isso acontece? Primeiro, onde acontece. Em todas as relações, quer se tenha intimidade ou não. O dano, entretanto, sempre é maior entre aqueles que se conhecem. Entre estes há uma tendência a se antecipar a ação e contra atacar com atitudes que são no fundo, pequenas vinganças, provocações disfarçadas. Não deixa de ser arrogância imaginar que se sabe até mesmo o pensamento e intenções íntimas de alguém que se julga conhecer.

Aí estão os ditos e não ditos, as agressões “sem querer”, os equívocos “não deliberados”, as mesquinharias “protetoras” – todos golpes abaixo da cintura, para os quais sempre haverá uma desculpa bem intencionada. Quem erra ou sente culpa, tende mais a usar estes expedientes. Quem nunca ouviu, falou ou praticou: eu não disse ou fiz isto, mas já que a carapuça assentou... A intenção era esta mesmo, o outro mordeu a isca e antecipou-se, poupando trabalho da exposição daquele que perpetrou o ato ou a fala.

Agora, como isso acontece. Antes que seja cobrado, a pessoa mente. Antes que exponham a vergonha, ataca lembrando coisas do arco da velha e que normalmente, bem ou mal, foram equacionadas. Antes de pedir desculpa, relembra a última maldade do outro ou um bem que foi feito em seu favor. Antes que a pessoa fale de sua mágoa, atalha com um rosário de necessidades que não foram satisfeitas. No fundo, é a velha e sambada técnica de atacar em vez de se defender, mas, ironicamente é só um tipo de defesa. Pode funcionar na guerra, não nas relações.

Sobre as relações pessoais não é assim. A intimidade aqui é um elemento de desarme – quase sempre – de modo que quando se aprende a agir com este escudo antecipatório as ligas que uniam esta comunhão: afeto, respeito, cuidado, amizade, diálogo, já foram para o espaço há muito tempo ou estão danificadas em estado quase terminal.

Extraído de Eudes Alencar

O Perigo da Complacência Cristã

J. C. Ryle

Os tempos exigem visões precisas e claras da doutrina cristã. Não posso negar a minha convicção de que a igreja nominal é tão prejudicada pela frouxidão e falta de clareza internamente, como pelos céticos e incrédulos externamente. Milhares de cristãos hoje parecem totalmente incapazes de distinguir coisas diferentes. Assim como os daltônicos com relação às cores, eles não conseguem diferençar o que é verdadeiro ou falso, o que convém ou não. Se o pregador for esperto, eloqüente e fervoroso, acham-no perfeito, por mais estranhos e heterodoxos que sejam os seus sermões. São aparentemente desprovidos de bom-senso espiritual e não conseguem identificar o erro. A única coisa categórica sobre eles é que desprezam a precisão [doutrinária] e acham que todas as visões extremas, radicais e taxativas são grandemente censuráveis e muito erradas!

Essas pessoas vivem no meio de uma neblina ou nevoeiro. Não veem as coisas com clareza nem sabem no que creem. Não têm nenhuma convicção sobre as grandes questões do evangelho e parecem estar satisfeitas com serem membros honorários de toda e qualquer linha de pensamento. Ainda que a vida delas estivesse em jogo, não poderiam lhe dizer o que consideram como verdade sobre justificação, regeneração, santificação, Ceia do Senhor, batismo, fé ou conversão, inspiração, ou o estado futuro. São consumidas pelo medo doentio da controvérsia e pelo desprezo ignorante ao espírito partidário; nada obstante não conseguem definir de fato o que querem dizer com tais expressões. E assim, vivendo sem clareza e por demais obscurecidos, deixam-se descer à sepultura sem consolo na própria fé e, temo eu, muitas vezes sem esperança.
Não é difícil achar a explicação para essa condição espiritual que não tem ossos, nervos, conteúdo. Para começar, com relação à fé, o coração do homem está naturalmente nas trevas — sem o mínimo senso intuitivo da verdade — e carece verdadeiramente de instrução e iluminação. Além disso, o coração natural da maioria dos homens odeia a diligência religiosa e despreza sinceramente a inquirição paciente e esforçada. Acima de tudo, o coração natural gosta geralmente de ser louvado pelos outros, esquiva-se da controvérsia e adora ser considerado caridoso e liberal. O resultado geral é que uma espécie de amplo “agnosticismo” religioso se ajusta a grande número de pessoas, especialmente às mais jovens. Elas contentam-se em descartar como lixo toda questão controversa e quando acusadas de indecisão, respondem: “Não tenho a pretensão de entender de controvérsias. Recuso-me a examinar questões polêmicas. Acho que, no fim das contas, é tudo a mesma coisa”. Quem não sabe que pessoas assim infestam e enxameiam todos os lugares?

Assim, rogo a todos que se protejam desse estado mental indeciso relativo à fé. Ele é a peste que se propaga nas trevas e a destruição que assola ao meio-dia; é uma disposição espiritual preguiçosa e indolente que, obviamente, livra o homem do trabalho de pensar e de investigar, para o qual, entretanto, não há fundamento na Bíblia. Por amor à sua alma, ouse decidir-se sobre o que crê e atreva-se a tomar posições bem-definidas e claras sobre a verdade e o erro. Nunca, nunca mesmo, tenha medo de defender opiniões doutrinárias nítidas nem deixe que o medo a homens ou o terror mórbido de ser considerado um espírito partidário, bitolado ou afeito à controvérsia lhe torne acomodado e satisfeito com um cristianismo desprovido de sangue, de ossos, de cor, de calor, não dogmático.

Tome nota do que eu digo. Se quiser fazer o bem nos dias de hoje, ponha realmente a indecisão de lado e assuma uma fé doutrinariamente clara e incisiva. Se você acreditar pouco, aqueles a quem você procura fazer o bem não acreditarão nada. As vitórias do cristianismo foram sempre alcançadas pela teologia doutrinariamente clara; por se falar abertamente aos homens da morte vicária e do sacrifício de Cristo, constrangendo-os a crerem no Salvador crucificado; por se pregar a ruída do pecado, a redenção por Cristo, a regeneração pelo Espírito; por se levantar a serpente de bronze; por se advertir para que olhem e vivam — para que creiam, se arrependam e sejam convertidos. Esse, exatamente esse, é o único ensinamento que Deus tem honrado com o sucesso ao longo dos séculos e ainda hoje está honrando, tanto em casa como no estrangeiro.

É a doutrina — a doutrina, a doutrina clara e vibrante que, semelhante às trombetas em Jericó, derruba a oposição do diabo e do pecado. Não importa o que alguns gostem de dizer nestes dias, apeguemo-nos a visões doutrinais claras e faremos bem a nós mesmos, aos outros e à causa de Cristo no mundo.

* John Charles Ryle (10/5/1816 ~ 10/6/1900) nasceu em Macclesfield e estudou em Eton e Christ Church, Oxford; foi o primeiro Bispo anglicano de Liverpool.

Tradução: Marcos Vasconcelos

Fonte: Monergismo  via Antena Cristã
Imagem: Internet

quarta-feira, 2 de junho de 2010

10 Mês Missinário – Alvo:´Índia

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Tom e Suscham, um casal de missionários indianos, mantém oito casas-lares abrigando meninas abandonadas

na Índia, o país que mais mata cristãos no mundo.

Tom, Suscham e os obreiros gerados e treinados por eles, pregam um evangelho integral, fornecendo a Palavra de Deus, abrigo e tudo mais para a vida. Pela natureza dessa obra eles necessitam de toda sorte de recursos.

Neste 10° Mês Missionário, a Igreja Peniel do Bairro Amazonas, em Contagem, oferece ao povo a oportunidade de ofertar, orar e participar também das atividades festivas para angariar fundos para esta tão importante e necessitada obra Peniel da Índia.

Neste Mês teremos cultos focados em temas missionários, teatro, musical

O culto abertura das atividades deste Mês Missionário será dia 06 de Junho, às 19:30 hs.

Nos dias 19 e 20 de junho acontecerá a Festa das Nações com barracas e comidas típicas em benefício da Missão Peniel Índia.

Dia de 11 julho haverá o culto de Encerramento onde cada um terá a oportunidade de fazer sua oferta de fé e amor ao Reino de Deus e ao próximo.

Seja bem-vindo e participe. Podemos ofertar com liberdade e generosidade pois Deus nos tem dado em abundância

Igreja Batista Peniel

Rua Maria da Glória, 505

Bairro Amazonas – Contagem-MG

penielamazonas@yahoo.com.br