sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Honestidade vs. Crentiamente Correto

Algúns dias atrás, recebi a visita de um amigo aqui em casa. Conversamos bastante e ele pediu para checar o Orkut, aí como meu computador já fica com a minha conta pessoal aberta, eu aproveitei para dar uma checada também. Meu amigo então pediu pra ver os vídeos favoritos que eu havia salvo no Orkut, então eu lhe dei a oportunidade de ver os vídeos enquanto eu preparava um café.

Algúns minutos depois retornei, e este meu amigo estava com uma expressão estranha em sua face então lhe perguntei o que havia acontecido, e ele me perguntou com um tom de indignação “Filipe…você não tem nenhum vídeo cristão aqui?” Eu pensei um bocado…e chequei e disse “Nossa!! É verdade, realmente não tenho.” Dei um singelo sorriso e saí para pegar o café. Deixe-me dizer que este meu amigo ficou muito frustrado com minha atitude de “não ter vídeos cristãos no Orkut.

Existe uma grande besteira no mundo “gospel” de hoje em dia, do Crentiamente Correto, e porque nós, os estudantes da Bíblia devem rejeitar essa balela. Em primeiro lugar, o que é o Crentiamente Correto, como vocês já conhecem,  temos uma terrível besteira que foi implantada pela esquerda nos Estados Unidos e claro, pegou na América do Sul em pouco tempo, essa besteira é o Politicamente Correto, que é dizer aquilo que é o mais “correto” para determinadas situações, não o que você diz, pensa, acredita, mas o que é o “aceitável”, é um ferimento da expressão de liberdade, mas não irei entrar no lado político da coisa. Hoje nas igrejas nós temos praticamente a mesma coisa, não se pode ser honesto, não se pode ser sincero, não se pode ser verdadeiro, pois hoje em dia tudo tem que ser Crentiamente Correto.

Veja o contraste na vida de Jesus Cristo e de um Crente Labareda de Hoje:

Na beira da Morte:

Jesus Cristo = SINCERO. -> Pai, se possível AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE!

Ou seja, Jesus Cristo estava sendo sincero para com Deus, ele estava na beira da morte, iria ser terrivelmente torturado e já sabia de tudo isso, não teria como ele estar contente, alegre e feliz. Jesus Cristo foi HONESTO, nenhum ser humano DESEJA a morte, tortura e humilhação.

CRENTE LABAREDA DE FOGO = Crentiamente Correto -> “Pois é…você está na beira da morte mesmo…fico triste em saber” “TRISTE O QUE? Estou preparado vaso, sei que a vitória já é minha!!”

Sei que serei criticado por dizer isso, mas não consigo entender como alguém pode estar a beira da morte e “preparado”. Jesus Cristo não estava “preparado” para morrer, não tem como treinar a si próprio para morrer, e olhe que Jesus Cristo já esteve na Glória, Ele sabia o que aconteceria, para onde ele iria, e ainda assim estava em um estado angustiante.

Você pode me dizer que os Kamikazes ou Terroristas Suicídas se prepararam para morrer, e esta é uma enorme mentira, pois estar preparado é ter certeza de como tudo irá ocorrer e como vai ser, como ninguém morre mais de uma vez, não tem como estar preparado para a morte pois você nunca passou por ela, então portanto é uma afirmação falsa. Eles podem terem recebido uma lavagem cerebral que os incapacitou de analizar a situação racionalmente, mas jamais alguém esteve “preparado” para a morte. O velho em seu leito está “preparado” para a morte no sentido que já está cansado, doente e sabe que não lhe resta nada aqui, apesar dele não saír por aí correndo desesperado com MEDO da morte, ele não sabe o que o espera, simplesmente tem a fé no que irá acontecer. Não falo de MEDO da morte, pois nós Cristãos não devemos TEMER a MORTE, e sim a Deus que tem o poder de nos lançar no inferno após a morte,porém  o preparo para a morte não existe.

Jesus Cristo = Honesto -> Quando sua mãe chegou avisando que o vinho havia acabado ele disse “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.”

Jesus tinha que cumprir algumas coisas naquela festa, o costume Judaico das festas é diferente do nosso, havia toda uma tradição por trás, que não entraremos em detalhes aqui, então ele não poderia sair pra ir buscar mais vinho, e ele foi honesto “Olha agora não dá pra fazer nada” e logo após sua mãe avisou para todos seguirem o que ele mandasse pois sabia que ele daria um jeito (levando em mente que ela não esperava nenhum milagre, esperava que ele fosse buscar mais e provavelmente precisaria de ajuda).

CRENTE LABAREDA = Crentiamente Correto -> “Você pode esculpir uma estátua de gelo para usarmos no Teatro?” “COM CERTEZA!! O QUE TIVER QUE SER FEITO PARA A OBRA EU ASSIM O FAREI!”

Quantas vezes já vi episódios assim, pessoas sem capacitação para fazer algo mas que tem o que eles chamam de “ousadia”, se voluntariarem para ajudar em algo que não tem noção de como fazer, mas simplesmente para provar que está “ajudando na obra”. Essa noção falsa de que o que conta é a boa vontade, e acaba fazendo um lixo obviamente pois não sabem como fazer e não pode fazer o que querem.  Eu mecho com vídeos e teatros, e quando querem que faço algo que não dá eu digo “Não posso fazer essa tal coisa” e ponto final, diga isso a um crente pra você ver… mas o Crentiamente Correto diz, que você tem que sempre aceitar as coisas que lhe mandam fazer para mostrar que você é “dedicado a obra” e tem “ousadia”.

Talvez outro dia cite mais exemplos…Deus abençõe.

Filipe Almeida em Cristianismo em Foco

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Psicóloga x Cazuza!

Esse cidadão dizia "todos os meus heróis morreram de overdose". E era aplaudido.

    É ... DEVIAM COLOCAR o txt abaixo NUM OUTDOOR LÁ NA PRAÇA CAZUZA, NO LEBLON... 
Psicóloga x Cazuza!
              Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!
Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades
Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto: 
  'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados.. 
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível. 
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.              
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. 
São esses pais que devemos ter como exemplo?
           Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora.. 
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade
ou por não terem algum conhecido importante. 
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não. 
           Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz,principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme.Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou. 
            Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria? 
            Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. 
            Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
            Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.
            Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.                
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.' 
                     Karla Christine 
                   Psicóloga Clínica

Adestramento Cristão

Ariovaldo Jr

Crente é um bicho estranho. Você grita “AMÉM?” e ele responde gritando o mesmo. Se perguntar pela segunda vez, ele responderá mais alto. Se no meio do louvor você gritar “pule na presença do Senhorrrrrrrr”, então eles pulam. Se você dançar de modo estranho, verá correspondência imediata nas pessoas.

Sua linguagem é facilmente influenciável por jargões. Basta pegar qualquer expressão bíblica cujo significado seja obscuro para a maioria, e pronto! Também colam as expressões inventadas que possuem aparência de espiritual, como por exemplo “ato profético”. Difícil de crer que nem existe esta expressão na Bíblia né?
Facilmente também estereotipamos outras coisas que fazem do crente um ser quase alienígena: os lugares que frequenta, o conteúdo de suas conversas e a aversão às coisas “do mundo”.

Pena quem os crentes não são condicionados a obedecer a todo tipo de “comando”. Parece que o adestramento a que foram submetidos possui limitações. Nem todos aceitam sugestionamentos que os levem a renunciar a seus interesses; ou dividirem suas posses com os necessitados; ou mesmo disponibilizar tempo para aqueles que estão abandonados em asilos, orfanatos e nas ruas.

Ah… antes que eu me esqueça, quero deixar claro que amo os crentes. E exatamente por ser um deles é que me incomodo tanto com estas coisas incompreensíveis que aceitamos passivamente em nossa conduta.

Posso ouvir (ler) um “Amém” nos comentários?! rs
***
Fonte:
Ariovaldo.com.br  via Genizah

sábado, 11 de setembro de 2010

A Cor do Seu Voto

Robson Lelles

Em termos estatísticos, cada voto em branco e nulo apenas contribui para que sejam necessários MENOS votos válidos (menor esforço) para que se eleja a mesma corja de sempre, pois apenas os votos válidos são computados. Se metade da população, por exemplo, anular seu voto, a metade válida dos votos será suficiente para eleger os candidatos majoritários, que serão majoritários com bem menos votos do que precisariam se todos votassem válido.

Não existe bala de prata para o processo eleitoral brasileiro conforme é hoje. Está claro que não temos algo no Brasil de hoje como a predisposição nacional para anular todos os votos. Temos tres candidatos à presidencia que tem multidões de adeptos. Os demais apenas aguardam a contagem final para negociar as suas miçangas no butim eleitoral, seja um ministériozinho, seja uma secretariazinha ou mesmo uma assessoriazinha.

Quem vota em branco ou nulo não atrapalha em nada o processo eleitoral, pois que abdica de participar da escolha dos legisladores e dos líderes do Executivo. Quem vota em branco ou nulo ajuda a evidenciar as cores do embate eleitoral, pois apenas forma o pano de fundo branco para que prevaleçam o vermelho, ou o azul e amarelo, ou o vermelho, preto e branco, ou o vermelho e amarelo dos partidos que elegerão seus candidatos.

O que ainda não ficou claro para a quase totalidade da população educada desse país é que o processo eleitoral não começa com o horário eleitoral gratuito no rádio e ne TV. ele inicia na formação dos partidos políticos, nas afiliações de cidadãos comuns, que participam dos debates e da escolha dos pré-candidatos. Estamso todos tão ocupados com nossos empregos e empresas, que esquecemos (na esmagadora maioria) desse detalhe: os governos são formados por candidatos eleitos sob a legenda de partidos políticos, cujos candidatos recebem patrocínios grandes e pequenos de grandes e pequenas empresas, que bancam suas candidaturas para que eles defendam os interesses de seus patrocinadores em seus mandatos.

Enquanto não acordarmos em escala nacional para esse detalhe, envelheceremos e morreremos desgostosos, por ver o candidato do tráfico ser eleito, o candidato dos latifundiários ser eleito, o candidato dos banqueiros ser eleito.

O processo todo é mais longo do que se pensa.

Precisamos abandonar o nosso comodismo imediatista e parar de nos enganar com soluções que nada solucionam, como é o caso dos votos em branco ou nulo, que só alimentam nossas frustrações, úlceras e AVCs ao longo de nossas vidas.

Precisamos tomar em nossas mãos o processo de eleger o candidato da Educação, o candidato da Segurança, o candidato da Saúde, o candidato do Pleno Emprego. Para que isso aconteça, é preciso e mandatório ANTES desalojar a corja que comanda os partidos políticos prostitutos, que cercam os partidos assim ditos idealistas (de qualquer ideologia) e não será abdicando do voto que o conseguiremos.

Antes que perguntem: sou a favor do voto não-obrigatório, do fim da imunidade parlamentar e da sindicancia da vida prévia dos candidatos a cargos eletivos.

Extraído de Robson Lelles

Nicholas Carr: a internet está afetando o cérebro humano

Para especialista, a web tem mudado a forma como as pessoas fazem as coisas e também como elas pensam.

Desenvolvido por:

Em um artigo publicado em 2008 na revista The Atlantic, o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) Nicholas Carr pergunta ao leitor: “Is Google Making Us Stupid?” (Estaria a Google nos deixando estúpidos? – em tradução livre do inglês). Quando o artigo saiu, era provável que “sim, a web tem o poder de nos distrair e influenciar em como trabalhamos. Agora 'deixar-nos estúpidos?' Não, de jeito nenhum”.

Agora, passados dois anos da publicação do artigo de Carr, a certeza não é mais tanta. O autor expandiu o ensaio em forma de um artigo para as páginas de um livro chamado “The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains” (Oblíquo: O que a internet está fazendo com nossos cérebros – em tradução livre do inglês). A obra realiza uma expedição para dentro do cérebro de internautas e traz à tona os resultados do constante estímulo exercido pela Internet em nossas capacidades de concentração, de guardar informações, de racionalizar e de sentir empatia.

Em um trecho do livro, Carr escreve: “Ao longo dos últimos anos tenho a estranha sensação de que algo ou alguém andou fazendo experimentos com o meu cérebro, que remapeou e reprogramou.”

O autor recarrega e dispara contra o que pensa ser o grande malfeitor desse fenômeno: a Google.

“Cada clique na internet mina nossa concentração, destrói os fundamentos de nossa atenção.”, escreve, acrescentando: “O negócio da Google é vender distração”.

É preciso avisar, antes de mais nada, que o livro não é uma obra que prega o ciberapocalipse. O único pecado do autor consiste em não oferecer ao leitor as soluções para a série de questionamentos que levanta. Antes de tudo, Carr é um especialista em TI e não vislumbra a chegada de uma nova era de intelectualismo contemplativo e anuncia a plenos pulmões a característica principal intrínseca às inovações tecnológicas (de Gutemberg até a televisão): ela distrai.

Carr reúne um elenco bastante relevante de dados obtidos com base em trabalhos recentes e práticos – não tão experimentais assim. Baseado no que descobre, afirma que a tecnologia não está só mudando o que fazemos, mas também como pensamos.

Ele apresenta referências do trabalho da psicóloga Patrícia Greenfield, desenvolvido na universidade californiana de Los Angeles (UCLA). Ela estuda a influencia da mídia na maneira de aprendermos. “Cada mídia desenvolve determinadas competências cognitivas em detrimento de outras. O uso crescente das mídias nos monitores fomenta o aperfeiçoamento da inteligência espacial. Isso pode nos habilitar a dar conta de diversas tarefas ao mesmo tempo, como é o caso de controladores de tráfego aéreo", pontua. "Ao mesmo tempo, as tarefas que demandam conhecimentos mais refinados, com o é o caso de recursos linguísticos, habilidade de reflexão, resolução de problemas com base na indução e o pensamento crítico, perdem", completa.

Ou, se preferirmos a síntese de Carr: “o ser humano está ficando superficial”.

Conflito de opiniões

Existem experiências em andamento que apontam para outro lado. Em um denso artigo publicado na seção de crítica literária do jornal New York Times do mês passado, Johan Lehrer citou descobertas de cientistas da UCLA que indicam um aumento da atividade cerebral quando se realizam pesquisas no Google - atividade superior à registrada quando um livro é lido.

Leher segue em rota de plena colisão com as afirmações de Carr. “Espantoso. Essa área do cérebro é responsável por determinadas aptidões, como atenção seletiva e análise deliberada. Justamente as áreas que Carr afirma estarem desaparecendo", afirma. Ainda segundo ele, o Google pode ser comparado a uma academia de ginástica para o cérebro, voltada a deixar as pessoas mais espertas.

Carr contra-argumenta com a informação de que os cérebros humanos são moldáveis. “Interrupções e distrações constantes enquanto estamos online impede que os cérebros exercitem de maneira eficaz as conexões neurais responsáveis por determinar a profundidade do raciocínio e a distinção entre as ideias. O que acontece é que nos tornamos unidades interpretadoras de sinais, passamos horas pastoreando informações desconexas e remendando fragmentos de memória temporária”, diz.

Até mesmo os links que oferecem ao leitor o acesso às informações necessárias não contidas no texto representam, na verdade, uma distração, acredita Carr. A pesquisadora da universidade de Michigan, Erping Zhu, realizou um ensaio com pessoas que liam o mesmo artigo online, mas com estruturas de links diferentes. Ela conclui que a qualidade da informação absorvida era inversamente proporcional ao número de links nas matérias. Zhu explica: Os leitores tinham a tarefa de avaliar a importância de cada link no contexto informacional dos artigos. Isso lhes tomava muito tempo e comprometia a capacidade que o cérebro tem em absorver as informações.

Robson Lelles por e-mail

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Plena Satisfação em Deus

Deus estaria sendo vaidoso em buscar a Sua própria exaltação?

Qual seria a intenção de Deus em auto-gloricar-se?

ASSISTA O VÍDEO

A Juventude Utópica


Rodrigo Constantino

“A coisa mais rara de se encontrar é o fato de existir quem alie a razão ao entusiasmo.” (Voltaire)

Costumam dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração, e que quem é socialista na idade adulta não tem cabeça. Exageros à parte – até porque eu teria que assumir não ter tido coração – acredito que a frase captura bem uma regra, qual seja, que os mais jovens tendem a abraçar utopias, enquanto os mais velhos acabam mais céticos. Os jovens são aqueles que vão revolucionar o mundo!

Existem várias possíveis explicações para este fenômeno. Os mais jovens estão numa fase de busca por identificação, separação dos pais, da autoridade, e precisam questionar tudo e todos. Além disso, a visão de mundo costuma ser mais simplista, e a crença em panacéias, em soluções “mágicas”, mais comum. Com o passar do tempo – e com as diversas experiências na vida – a tendência é substituir esta fé mais ingênua por “soluções” imperfeitas.

O furo, entretanto, permanece. Não há explicação para tudo, tampouco um modelo único e simples de justiça ou sociedade, que vai trazer o “paraíso perdido” à Terra. Os mais velhos normalmente ficam mais céticos, mais desconfiados em relação às respostas prontas, simples. Passam a crer em “trade-offs”, sabendo que cada escolha pressupõe alguma possível perda de outro lado. Em suma, começam a enxergar um mundo bem mais complexo do que aquele da visão infantil.

Quem conseguiu expressar com maestria esta característica foi o escritor Oscar Wilde, quando disse: “Não sou jovem o suficiente para saber tudo”. Bingo! Os mais jovens quase sempre acham que sabem “tudo”, que compreenderam o mundo, a sociedade, e que sabem as respostas para as perguntas mais complicadas, aquelas que angustiaram os principais pensadores desde sempre, incluindo os mais sábios dos sábios. A juventude não gosta de conviver com as faltas. Aliás, ninguém gosta! Mas quanto mais jovem, maior a probabilidade de essa angústia levar ao desespero. O tempo acaba ajudando a aceitar certos buracos – ou seriam crateras? – em nossas vidas.

Claro que estou falando sempre em termos gerais, numa possível regra que necessita de exceções para ser validada. Além disso, não se trata da idade apenas cronológica, pois todos estão cansados de conhecer adultos que mais parecem crianças crescidas. As rugas nem sempre trazem consigo a maturidade. Também não pretendo falar desse ímpeto juvenil na busca pelas “verdades absolutas” com um tom totalmente negativo. Acredito que os questionamentos ousados, os desafios às tradições mais estabelecidas, esse espírito revolucionário até, possuem suas vantagens. Diria mais: eles podem ser fundamentais para o contínuo progresso da civilização.

São os jovens que, com suas perguntas incômodas e seu ponto de vista mais fresco, forçam novas reflexões sobre o mundo. Aplaudo esta postura, mas não posso ignorar seus riscos. E estes surgem justamente quando as utopias simplistas viram crenças fanáticas, quando os jovens acabam vítimas de oportunistas de plantão, que utilizam o romantismo típico da juventude como massa de manobra para seus objetivos pérfidos. Tanto é assim que os demagogos são os primeiros a defender o direito de voto dos mais jovens, que são inimputáveis para certos crimes, mas “responsáveis” na hora de escolher o governante.

O simplismo pode ser útil para a retórica ideológica, mas os debates sérios exigem mais humildade, item escasso quando se trata da juventude. O pensador libertário H. L. Mencken colocou de forma precisa: “Para cada problema complexo, existe uma resposta que é clara, simples e errada”. Carl Jung também atacou o simplismo: “Os maiores e mais importantes problemas na vida são, num certo sentido, insolúveis; eles nunca podem ser resolvidos, mas apenas superados”. Eis algo que os mais jovens não costumam apreciar muito. Eles querem as soluções, e querem logo!

O curioso é que, apesar do maior tempo de expectativa de vida, são justamente os jovens os mais impacientes. E como os erros cometidos em vida ainda não foram grandes o suficiente para forçar mais humildade, cautela e sabedoria, eles realmente acham que sabem tudo. Darwin constatou que “a ignorância traz muito mais certezas que o conhecimento”. O jovem, geralmente, possui muitas certezas.

Dito tudo isso, fica a questão: como conciliar as vantagens do idealismo juvenil com as vantagens da experiência e ceticismo dos mais velhos? Ou, dito de outra maneira: como evitar que as desvantagens do simplismo romântico dos jovens estraguem suas qualidades essenciais? Essa é a pergunta do milhão, e longe de mim!, eu pensar que sei a resposta. A frase da epígrafe, de Voltaire, demonstra que o filósofo francês também gostaria de saber a resposta. Mas ele foi realista o suficiente para reconhecer que era muito raro encontrar num mesmo indivíduo a razão e o entusiasmo.

Extraído de Rodrigo Constantino