quinta-feira, 1 de abril de 2010

Evangelho Experimentado

Algumas pessoas são teóricas; outras são práticas. As primeiras explicam os procedimentos, mas muitas vezes não conseguem fazer. As outras fazem, mas não conseguem teorizar a prática ou ensinar o que fazem.

Cristo não levantou teorias, não escreveu e fez discípulos vivendo entre todos os que de forma pratica viviam a vida.

Será que Jesus Cristo só sabia escrever no chão?

Cristo era a prática o Verbo (ação e exemplo), escrever seria a teoria de uma prática que questionaríamos hoje. Tudo que é expresso de maior ensinamento por Cristo é a prática do amor a Deus e amor ao próximo e isso e nada mais que isso é o suficiente para dar divindade ao Verbo que cumpriu todos os mandamentos escritos na pratica do amor. E isso serve de exemplo quando damos muito mais valor à peculiaridade normativa da letra que muitas vezes mal posta mata fazendo-a tomar lugar da prática do amor.

A prática do amor diário me faz crer no Cristo Ressuscitado. Crer na divindade e também muito na humanidade de Cristo que o tornou um exemplo possível de sucessão procedente Dele.

Sem a teoria escrita pelo próprio Cristo a comunidade cristã que se desenvolveu ao redor das lembranças que tinham de Jesus, e que surgiu em sociedades bem diferentes daquela da qual ele mesmo era parte, teve de construir novas interpretações a respeito de quem era e o que havia dito e feito Jesus.

Não creio que essa conseqüência tenha sido prejudicial, nunca fomos autômatos e tolhidos de fazer interpretações. O exemplo e a prática de Cristo sem a teoria escrita observada e somente seguida nos permitiram isso.

O infeliz contratempo do amanhã é que os homens se tornem autômatos.

Em um futuro próximo temo que nós não vamos mais pecar por que decoraremos a teoria escrita e nos apegaremos apenas a letra e a letra nos matará arrancando nossa alma e autarquia fazendo de nós autômatos.

Poderíamos tanto entender que pela “vida vivida" o pecado simplismente é conseqüência da de nossa negligência. Se entendessemos isso vivenciaríamos a experiência e necessidade de nossos próprios dias, nossas aflições e alegrias revertendo tudo em favor do próximo.
Se eu negligenciar o amor, o aprendizado, o convívio com as pessoas e ainda negligenciar o reconhecimento dos meus próprios defeitos a conseqüência será a super idealização do que é errado e do que agride o meu próximo.
Sendo que entendo que o pecado não brota de coisas que pré-determinaram como pecado, mas sim creio que o pecado brota na consciência de forma individual e transmitido num ciclo interpessoal.

A escrita é importante assim como as teorias debruçadas nela, mas evangelho é prática, é teoria sintetizada na graça, é aprofundamento de relações, é coragem para viver a vida, é suportar a injustiça do mundo de peito aberto e sem fuga.

A escrita tem valor quando somos cartas vivas de letras transcendentes da covardia, dos regulamentos, do julgo e de todo convencionalismo.

A escrita não deve ser regra de fato e sim interpretação, experimento imprimido pelos que sofreram as mesmas dúvidas, perseguições e medos no passado e que nós mesmos passamos , e que destas coisas pela Graça tiramos lições de como suportar o que nos aflige sem que isso seja uma fórmula básica, simplista e metricamente apropriada.

Contudo que a escrita sirva para nós não como um martelo pronto para afundar cabeças e contrair cérebros, mas que ela seja inspiração muito mais do que poética, muito mais do que sincrética, muito mais do que dogmática.

O evangelho é acima de tudo prática não normativa, legalista ou engessada. Simplesmente viver, visitar um amigo, rir, ir onde seu amigo precisa de você, amar, estar onde você precisa estar juntando o que foi espalhado.

Extraído de Lion of Zion

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