sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Honestidade vs. Crentiamente Correto

Algúns dias atrás, recebi a visita de um amigo aqui em casa. Conversamos bastante e ele pediu para checar o Orkut, aí como meu computador já fica com a minha conta pessoal aberta, eu aproveitei para dar uma checada também. Meu amigo então pediu pra ver os vídeos favoritos que eu havia salvo no Orkut, então eu lhe dei a oportunidade de ver os vídeos enquanto eu preparava um café.

Algúns minutos depois retornei, e este meu amigo estava com uma expressão estranha em sua face então lhe perguntei o que havia acontecido, e ele me perguntou com um tom de indignação “Filipe…você não tem nenhum vídeo cristão aqui?” Eu pensei um bocado…e chequei e disse “Nossa!! É verdade, realmente não tenho.” Dei um singelo sorriso e saí para pegar o café. Deixe-me dizer que este meu amigo ficou muito frustrado com minha atitude de “não ter vídeos cristãos no Orkut.

Existe uma grande besteira no mundo “gospel” de hoje em dia, do Crentiamente Correto, e porque nós, os estudantes da Bíblia devem rejeitar essa balela. Em primeiro lugar, o que é o Crentiamente Correto, como vocês já conhecem,  temos uma terrível besteira que foi implantada pela esquerda nos Estados Unidos e claro, pegou na América do Sul em pouco tempo, essa besteira é o Politicamente Correto, que é dizer aquilo que é o mais “correto” para determinadas situações, não o que você diz, pensa, acredita, mas o que é o “aceitável”, é um ferimento da expressão de liberdade, mas não irei entrar no lado político da coisa. Hoje nas igrejas nós temos praticamente a mesma coisa, não se pode ser honesto, não se pode ser sincero, não se pode ser verdadeiro, pois hoje em dia tudo tem que ser Crentiamente Correto.

Veja o contraste na vida de Jesus Cristo e de um Crente Labareda de Hoje:

Na beira da Morte:

Jesus Cristo = SINCERO. -> Pai, se possível AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE!

Ou seja, Jesus Cristo estava sendo sincero para com Deus, ele estava na beira da morte, iria ser terrivelmente torturado e já sabia de tudo isso, não teria como ele estar contente, alegre e feliz. Jesus Cristo foi HONESTO, nenhum ser humano DESEJA a morte, tortura e humilhação.

CRENTE LABAREDA DE FOGO = Crentiamente Correto -> “Pois é…você está na beira da morte mesmo…fico triste em saber” “TRISTE O QUE? Estou preparado vaso, sei que a vitória já é minha!!”

Sei que serei criticado por dizer isso, mas não consigo entender como alguém pode estar a beira da morte e “preparado”. Jesus Cristo não estava “preparado” para morrer, não tem como treinar a si próprio para morrer, e olhe que Jesus Cristo já esteve na Glória, Ele sabia o que aconteceria, para onde ele iria, e ainda assim estava em um estado angustiante.

Você pode me dizer que os Kamikazes ou Terroristas Suicídas se prepararam para morrer, e esta é uma enorme mentira, pois estar preparado é ter certeza de como tudo irá ocorrer e como vai ser, como ninguém morre mais de uma vez, não tem como estar preparado para a morte pois você nunca passou por ela, então portanto é uma afirmação falsa. Eles podem terem recebido uma lavagem cerebral que os incapacitou de analizar a situação racionalmente, mas jamais alguém esteve “preparado” para a morte. O velho em seu leito está “preparado” para a morte no sentido que já está cansado, doente e sabe que não lhe resta nada aqui, apesar dele não saír por aí correndo desesperado com MEDO da morte, ele não sabe o que o espera, simplesmente tem a fé no que irá acontecer. Não falo de MEDO da morte, pois nós Cristãos não devemos TEMER a MORTE, e sim a Deus que tem o poder de nos lançar no inferno após a morte,porém  o preparo para a morte não existe.

Jesus Cristo = Honesto -> Quando sua mãe chegou avisando que o vinho havia acabado ele disse “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.”

Jesus tinha que cumprir algumas coisas naquela festa, o costume Judaico das festas é diferente do nosso, havia toda uma tradição por trás, que não entraremos em detalhes aqui, então ele não poderia sair pra ir buscar mais vinho, e ele foi honesto “Olha agora não dá pra fazer nada” e logo após sua mãe avisou para todos seguirem o que ele mandasse pois sabia que ele daria um jeito (levando em mente que ela não esperava nenhum milagre, esperava que ele fosse buscar mais e provavelmente precisaria de ajuda).

CRENTE LABAREDA = Crentiamente Correto -> “Você pode esculpir uma estátua de gelo para usarmos no Teatro?” “COM CERTEZA!! O QUE TIVER QUE SER FEITO PARA A OBRA EU ASSIM O FAREI!”

Quantas vezes já vi episódios assim, pessoas sem capacitação para fazer algo mas que tem o que eles chamam de “ousadia”, se voluntariarem para ajudar em algo que não tem noção de como fazer, mas simplesmente para provar que está “ajudando na obra”. Essa noção falsa de que o que conta é a boa vontade, e acaba fazendo um lixo obviamente pois não sabem como fazer e não pode fazer o que querem.  Eu mecho com vídeos e teatros, e quando querem que faço algo que não dá eu digo “Não posso fazer essa tal coisa” e ponto final, diga isso a um crente pra você ver… mas o Crentiamente Correto diz, que você tem que sempre aceitar as coisas que lhe mandam fazer para mostrar que você é “dedicado a obra” e tem “ousadia”.

Talvez outro dia cite mais exemplos…Deus abençõe.

Filipe Almeida em Cristianismo em Foco

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Psicóloga x Cazuza!

Esse cidadão dizia "todos os meus heróis morreram de overdose". E era aplaudido.

    É ... DEVIAM COLOCAR o txt abaixo NUM OUTDOOR LÁ NA PRAÇA CAZUZA, NO LEBLON... 
Psicóloga x Cazuza!
              Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!
Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades
Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto: 
  'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados.. 
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível. 
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.              
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. 
São esses pais que devemos ter como exemplo?
           Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora.. 
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade
ou por não terem algum conhecido importante. 
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não. 
           Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz,principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme.Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou. 
            Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria? 
            Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. 
            Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
            Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.
            Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.                
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.' 
                     Karla Christine 
                   Psicóloga Clínica

Adestramento Cristão

Ariovaldo Jr

Crente é um bicho estranho. Você grita “AMÉM?” e ele responde gritando o mesmo. Se perguntar pela segunda vez, ele responderá mais alto. Se no meio do louvor você gritar “pule na presença do Senhorrrrrrrr”, então eles pulam. Se você dançar de modo estranho, verá correspondência imediata nas pessoas.

Sua linguagem é facilmente influenciável por jargões. Basta pegar qualquer expressão bíblica cujo significado seja obscuro para a maioria, e pronto! Também colam as expressões inventadas que possuem aparência de espiritual, como por exemplo “ato profético”. Difícil de crer que nem existe esta expressão na Bíblia né?
Facilmente também estereotipamos outras coisas que fazem do crente um ser quase alienígena: os lugares que frequenta, o conteúdo de suas conversas e a aversão às coisas “do mundo”.

Pena quem os crentes não são condicionados a obedecer a todo tipo de “comando”. Parece que o adestramento a que foram submetidos possui limitações. Nem todos aceitam sugestionamentos que os levem a renunciar a seus interesses; ou dividirem suas posses com os necessitados; ou mesmo disponibilizar tempo para aqueles que estão abandonados em asilos, orfanatos e nas ruas.

Ah… antes que eu me esqueça, quero deixar claro que amo os crentes. E exatamente por ser um deles é que me incomodo tanto com estas coisas incompreensíveis que aceitamos passivamente em nossa conduta.

Posso ouvir (ler) um “Amém” nos comentários?! rs
***
Fonte:
Ariovaldo.com.br  via Genizah

sábado, 11 de setembro de 2010

A Cor do Seu Voto

Robson Lelles

Em termos estatísticos, cada voto em branco e nulo apenas contribui para que sejam necessários MENOS votos válidos (menor esforço) para que se eleja a mesma corja de sempre, pois apenas os votos válidos são computados. Se metade da população, por exemplo, anular seu voto, a metade válida dos votos será suficiente para eleger os candidatos majoritários, que serão majoritários com bem menos votos do que precisariam se todos votassem válido.

Não existe bala de prata para o processo eleitoral brasileiro conforme é hoje. Está claro que não temos algo no Brasil de hoje como a predisposição nacional para anular todos os votos. Temos tres candidatos à presidencia que tem multidões de adeptos. Os demais apenas aguardam a contagem final para negociar as suas miçangas no butim eleitoral, seja um ministériozinho, seja uma secretariazinha ou mesmo uma assessoriazinha.

Quem vota em branco ou nulo não atrapalha em nada o processo eleitoral, pois que abdica de participar da escolha dos legisladores e dos líderes do Executivo. Quem vota em branco ou nulo ajuda a evidenciar as cores do embate eleitoral, pois apenas forma o pano de fundo branco para que prevaleçam o vermelho, ou o azul e amarelo, ou o vermelho, preto e branco, ou o vermelho e amarelo dos partidos que elegerão seus candidatos.

O que ainda não ficou claro para a quase totalidade da população educada desse país é que o processo eleitoral não começa com o horário eleitoral gratuito no rádio e ne TV. ele inicia na formação dos partidos políticos, nas afiliações de cidadãos comuns, que participam dos debates e da escolha dos pré-candidatos. Estamso todos tão ocupados com nossos empregos e empresas, que esquecemos (na esmagadora maioria) desse detalhe: os governos são formados por candidatos eleitos sob a legenda de partidos políticos, cujos candidatos recebem patrocínios grandes e pequenos de grandes e pequenas empresas, que bancam suas candidaturas para que eles defendam os interesses de seus patrocinadores em seus mandatos.

Enquanto não acordarmos em escala nacional para esse detalhe, envelheceremos e morreremos desgostosos, por ver o candidato do tráfico ser eleito, o candidato dos latifundiários ser eleito, o candidato dos banqueiros ser eleito.

O processo todo é mais longo do que se pensa.

Precisamos abandonar o nosso comodismo imediatista e parar de nos enganar com soluções que nada solucionam, como é o caso dos votos em branco ou nulo, que só alimentam nossas frustrações, úlceras e AVCs ao longo de nossas vidas.

Precisamos tomar em nossas mãos o processo de eleger o candidato da Educação, o candidato da Segurança, o candidato da Saúde, o candidato do Pleno Emprego. Para que isso aconteça, é preciso e mandatório ANTES desalojar a corja que comanda os partidos políticos prostitutos, que cercam os partidos assim ditos idealistas (de qualquer ideologia) e não será abdicando do voto que o conseguiremos.

Antes que perguntem: sou a favor do voto não-obrigatório, do fim da imunidade parlamentar e da sindicancia da vida prévia dos candidatos a cargos eletivos.

Extraído de Robson Lelles

Nicholas Carr: a internet está afetando o cérebro humano

Para especialista, a web tem mudado a forma como as pessoas fazem as coisas e também como elas pensam.

Desenvolvido por:

Em um artigo publicado em 2008 na revista The Atlantic, o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) Nicholas Carr pergunta ao leitor: “Is Google Making Us Stupid?” (Estaria a Google nos deixando estúpidos? – em tradução livre do inglês). Quando o artigo saiu, era provável que “sim, a web tem o poder de nos distrair e influenciar em como trabalhamos. Agora 'deixar-nos estúpidos?' Não, de jeito nenhum”.

Agora, passados dois anos da publicação do artigo de Carr, a certeza não é mais tanta. O autor expandiu o ensaio em forma de um artigo para as páginas de um livro chamado “The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains” (Oblíquo: O que a internet está fazendo com nossos cérebros – em tradução livre do inglês). A obra realiza uma expedição para dentro do cérebro de internautas e traz à tona os resultados do constante estímulo exercido pela Internet em nossas capacidades de concentração, de guardar informações, de racionalizar e de sentir empatia.

Em um trecho do livro, Carr escreve: “Ao longo dos últimos anos tenho a estranha sensação de que algo ou alguém andou fazendo experimentos com o meu cérebro, que remapeou e reprogramou.”

O autor recarrega e dispara contra o que pensa ser o grande malfeitor desse fenômeno: a Google.

“Cada clique na internet mina nossa concentração, destrói os fundamentos de nossa atenção.”, escreve, acrescentando: “O negócio da Google é vender distração”.

É preciso avisar, antes de mais nada, que o livro não é uma obra que prega o ciberapocalipse. O único pecado do autor consiste em não oferecer ao leitor as soluções para a série de questionamentos que levanta. Antes de tudo, Carr é um especialista em TI e não vislumbra a chegada de uma nova era de intelectualismo contemplativo e anuncia a plenos pulmões a característica principal intrínseca às inovações tecnológicas (de Gutemberg até a televisão): ela distrai.

Carr reúne um elenco bastante relevante de dados obtidos com base em trabalhos recentes e práticos – não tão experimentais assim. Baseado no que descobre, afirma que a tecnologia não está só mudando o que fazemos, mas também como pensamos.

Ele apresenta referências do trabalho da psicóloga Patrícia Greenfield, desenvolvido na universidade californiana de Los Angeles (UCLA). Ela estuda a influencia da mídia na maneira de aprendermos. “Cada mídia desenvolve determinadas competências cognitivas em detrimento de outras. O uso crescente das mídias nos monitores fomenta o aperfeiçoamento da inteligência espacial. Isso pode nos habilitar a dar conta de diversas tarefas ao mesmo tempo, como é o caso de controladores de tráfego aéreo", pontua. "Ao mesmo tempo, as tarefas que demandam conhecimentos mais refinados, com o é o caso de recursos linguísticos, habilidade de reflexão, resolução de problemas com base na indução e o pensamento crítico, perdem", completa.

Ou, se preferirmos a síntese de Carr: “o ser humano está ficando superficial”.

Conflito de opiniões

Existem experiências em andamento que apontam para outro lado. Em um denso artigo publicado na seção de crítica literária do jornal New York Times do mês passado, Johan Lehrer citou descobertas de cientistas da UCLA que indicam um aumento da atividade cerebral quando se realizam pesquisas no Google - atividade superior à registrada quando um livro é lido.

Leher segue em rota de plena colisão com as afirmações de Carr. “Espantoso. Essa área do cérebro é responsável por determinadas aptidões, como atenção seletiva e análise deliberada. Justamente as áreas que Carr afirma estarem desaparecendo", afirma. Ainda segundo ele, o Google pode ser comparado a uma academia de ginástica para o cérebro, voltada a deixar as pessoas mais espertas.

Carr contra-argumenta com a informação de que os cérebros humanos são moldáveis. “Interrupções e distrações constantes enquanto estamos online impede que os cérebros exercitem de maneira eficaz as conexões neurais responsáveis por determinar a profundidade do raciocínio e a distinção entre as ideias. O que acontece é que nos tornamos unidades interpretadoras de sinais, passamos horas pastoreando informações desconexas e remendando fragmentos de memória temporária”, diz.

Até mesmo os links que oferecem ao leitor o acesso às informações necessárias não contidas no texto representam, na verdade, uma distração, acredita Carr. A pesquisadora da universidade de Michigan, Erping Zhu, realizou um ensaio com pessoas que liam o mesmo artigo online, mas com estruturas de links diferentes. Ela conclui que a qualidade da informação absorvida era inversamente proporcional ao número de links nas matérias. Zhu explica: Os leitores tinham a tarefa de avaliar a importância de cada link no contexto informacional dos artigos. Isso lhes tomava muito tempo e comprometia a capacidade que o cérebro tem em absorver as informações.

Robson Lelles por e-mail

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Plena Satisfação em Deus

Deus estaria sendo vaidoso em buscar a Sua própria exaltação?

Qual seria a intenção de Deus em auto-gloricar-se?

ASSISTA O VÍDEO

A Juventude Utópica


Rodrigo Constantino

“A coisa mais rara de se encontrar é o fato de existir quem alie a razão ao entusiasmo.” (Voltaire)

Costumam dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração, e que quem é socialista na idade adulta não tem cabeça. Exageros à parte – até porque eu teria que assumir não ter tido coração – acredito que a frase captura bem uma regra, qual seja, que os mais jovens tendem a abraçar utopias, enquanto os mais velhos acabam mais céticos. Os jovens são aqueles que vão revolucionar o mundo!

Existem várias possíveis explicações para este fenômeno. Os mais jovens estão numa fase de busca por identificação, separação dos pais, da autoridade, e precisam questionar tudo e todos. Além disso, a visão de mundo costuma ser mais simplista, e a crença em panacéias, em soluções “mágicas”, mais comum. Com o passar do tempo – e com as diversas experiências na vida – a tendência é substituir esta fé mais ingênua por “soluções” imperfeitas.

O furo, entretanto, permanece. Não há explicação para tudo, tampouco um modelo único e simples de justiça ou sociedade, que vai trazer o “paraíso perdido” à Terra. Os mais velhos normalmente ficam mais céticos, mais desconfiados em relação às respostas prontas, simples. Passam a crer em “trade-offs”, sabendo que cada escolha pressupõe alguma possível perda de outro lado. Em suma, começam a enxergar um mundo bem mais complexo do que aquele da visão infantil.

Quem conseguiu expressar com maestria esta característica foi o escritor Oscar Wilde, quando disse: “Não sou jovem o suficiente para saber tudo”. Bingo! Os mais jovens quase sempre acham que sabem “tudo”, que compreenderam o mundo, a sociedade, e que sabem as respostas para as perguntas mais complicadas, aquelas que angustiaram os principais pensadores desde sempre, incluindo os mais sábios dos sábios. A juventude não gosta de conviver com as faltas. Aliás, ninguém gosta! Mas quanto mais jovem, maior a probabilidade de essa angústia levar ao desespero. O tempo acaba ajudando a aceitar certos buracos – ou seriam crateras? – em nossas vidas.

Claro que estou falando sempre em termos gerais, numa possível regra que necessita de exceções para ser validada. Além disso, não se trata da idade apenas cronológica, pois todos estão cansados de conhecer adultos que mais parecem crianças crescidas. As rugas nem sempre trazem consigo a maturidade. Também não pretendo falar desse ímpeto juvenil na busca pelas “verdades absolutas” com um tom totalmente negativo. Acredito que os questionamentos ousados, os desafios às tradições mais estabelecidas, esse espírito revolucionário até, possuem suas vantagens. Diria mais: eles podem ser fundamentais para o contínuo progresso da civilização.

São os jovens que, com suas perguntas incômodas e seu ponto de vista mais fresco, forçam novas reflexões sobre o mundo. Aplaudo esta postura, mas não posso ignorar seus riscos. E estes surgem justamente quando as utopias simplistas viram crenças fanáticas, quando os jovens acabam vítimas de oportunistas de plantão, que utilizam o romantismo típico da juventude como massa de manobra para seus objetivos pérfidos. Tanto é assim que os demagogos são os primeiros a defender o direito de voto dos mais jovens, que são inimputáveis para certos crimes, mas “responsáveis” na hora de escolher o governante.

O simplismo pode ser útil para a retórica ideológica, mas os debates sérios exigem mais humildade, item escasso quando se trata da juventude. O pensador libertário H. L. Mencken colocou de forma precisa: “Para cada problema complexo, existe uma resposta que é clara, simples e errada”. Carl Jung também atacou o simplismo: “Os maiores e mais importantes problemas na vida são, num certo sentido, insolúveis; eles nunca podem ser resolvidos, mas apenas superados”. Eis algo que os mais jovens não costumam apreciar muito. Eles querem as soluções, e querem logo!

O curioso é que, apesar do maior tempo de expectativa de vida, são justamente os jovens os mais impacientes. E como os erros cometidos em vida ainda não foram grandes o suficiente para forçar mais humildade, cautela e sabedoria, eles realmente acham que sabem tudo. Darwin constatou que “a ignorância traz muito mais certezas que o conhecimento”. O jovem, geralmente, possui muitas certezas.

Dito tudo isso, fica a questão: como conciliar as vantagens do idealismo juvenil com as vantagens da experiência e ceticismo dos mais velhos? Ou, dito de outra maneira: como evitar que as desvantagens do simplismo romântico dos jovens estraguem suas qualidades essenciais? Essa é a pergunta do milhão, e longe de mim!, eu pensar que sei a resposta. A frase da epígrafe, de Voltaire, demonstra que o filósofo francês também gostaria de saber a resposta. Mas ele foi realista o suficiente para reconhecer que era muito raro encontrar num mesmo indivíduo a razão e o entusiasmo.

Extraído de Rodrigo Constantino

Uma carta do Cristo para você

Olá, meu amigo(a).

É com grande alegria que lhe escrevo esta carta. Escrevo apenas para lhe dizer que “Te Amo”, e para que você creia no quanto é especial.

Conheço-te muito bem e sei que por vezes você procura razões para entender este meu amor por ti, mas preciso lhe dizer o seguinte:

Para que alguém seja especial a mim, não é necessário que  tenha uma série de habilidades ou coisas a me oferecer; não depende dos cultos e dos sacrifícios que me ofereça e nem dos dízimos e ofertas que você dá em meu nome; não é preciso que esta pessoa se enquadre no padrão que a maioria determina como  o “Santo ao Senhor” e muito menos ser uma pessoa diferente dos demais.

Gostaria que você percebesse isso ao longo desses anos todos. Não são qualidades que procuro; saiba que isto não torna ninguém especial para ninguém, muito menos para o Pai. Para se tornar especial em Nós, basta que esta pessoa desperte em nosso coração um dos sentimentos mais formidáveis que a vida pode nos dar: o amor. Amar alguém não depende do mérito que esta pessoa possa ter. Portanto amar é algo sublime, e sentir-se amado alegra o nosso coração.

Sendo assim, razões e descrições sempre nos faltarão na hora de explicar o porquê de amarmos alguém. Simplesmente não existem explicações a dar: amor que se explica não é amor. Amor deve ser uma certeza e não uma afirmação, por isso este sentimento nasce no coração e não na mente.

O coração é a única parte sua que se fortalece em certeza, não em razões.

Depois dessa nossa caminhada, quero que tenha essa certeza no seu coração: desde que o conheci, antes de todas as coisas, nasceu em mim essa certeza. Você, ao longo de cada passo que foi dando em minha direção, foi crescendo em graça e em verdade, de forma que só confirmou em mim a confiança de que eras especial.

De repente, não mais que de repente, vi dentro de mim o desejo e a vontade de querer estar mais e mais com você. Pedi-lhe para seguir o meu exemplo, a fim de que você se torne uma pessoa melhor, a qual meu servo Paulo chamou carinhosamente de “Varão perfeito”. Por mais que você se esforce, só quero que saiba que, depois de todas estas certezas, não há como não dizer que você é realmente “especial pra mim”.

Como disse: não tenho razões e nem explicações a dar do por que te amo. Só sei dizer que desde que o conheci, os meus dias são mais felizes, visto que, desde seu arrependimento, há festa aqui nos céus... E a única voz que em meu coração se faz ouvir é: como é bom amar você. Simples assim!

Carinhosamente, Jesus de Nazaré, O Cristo de Deus.

Extraído de Celebrai!

domingo, 25 de julho de 2010

Os jovens acreditando ser o próprio Estado


Por Arlindo Montenegro

Os cofres do planalto central já estão abertos para financiar uma semana de turismo no México, para um grupo de jovens militantes comunistas escolhidos a dedo. Moços e mocinhas do PT, PcdoB, PV, PSOL, mst, vão aparecer como "legítimos" representantes da vontade do "povo brasileiro", na Conferência Mundial da Juventude.

De 23 a 27 de Agosto, atendendo a convocação globalitária da ONU, a moçada vai reencontrar a galera já conhecida de outros encontros turísticos preparatórios em Moscou, Nigéria, San Salvador, Zimbawe e claro, na Bahia! O documento final, já elaborado para a aclamação contempla a linha de ação para a militância.

Que forma de governo defender, que tipo de legislação perseguir e como "ONGorganizar-se". Tudo sob o rótulo de Metas e Objetivos do Milênio para o desenvolvimento. A declaração final, preparada por peritos conhecedores de programação neurolingúistica, esta datada de 17 de Junho, simulando um consenso amplo e conhecido por todas as criaturas viventes.

O "Comitê" (palavrinha do agrado de comunistas) Organizador é integrado por "delegados" de 18 países e um monte de ONGs, além das agências da ONU "mais comprometidas com a reengenharia contrária ao cristianismo" e promotoras da religião de Gaia, no Programa para a Juventude da ONU.

Podem crer, amizades! A linguagem é sedutora: muito moralismo político, que nem a ética do PT, muita generalização – palavras e conceitos grandiloquentes que se encaixam em qualquer interpretação. Muita "convivência pacífica", muita "liberdade", muita "tolerância", como direito da juventude com direito a todos os direitos! Sem contrapartida.

O Estado aparece como o "grande educador" da juventude e formulador das políticas públicas.

Os deveres e direitos dos pais nem ao menos são lembrados. Sumiram do mapa! A família sumiu do mapa! Assim, os pais, professores e policiais que se preparem para lidar com esta juventude com todos os direitos e nenhum dever, a não ser o de militantes a serviço das políticas do estado.

Foram organizados para pensar assim com os "komsomols", a juventude comunista dos soviéticos, foi assim com a juventude hitlerista, é assim com os "pioneiros" e a juventude comunista de Cuba. As palavras de ordem do estado e do partido conduzem os militantes. Os jovens acreditando ser o próprio Estado.

Todas estas ideias "progressistas" estão presentes nas novelas e nas artes e nas cartilhas escolares distribuídas pelo Ministério da Cultura. A fonte, os laboratórios onde são engendradas é a mesma UNICEF, aquela agência admirável que a Rede Globo promove com a campanha "Criança, esperança". É só ter coragem e ler as "Diretrizes Internacionais para a Educação Sexual".

Apenas para exemplificar, no dia 27 de Agosto, a ONU lançou o "Guia de Educação Sexual para o Poder dos Jovens", elaborado com assessoria da UNICEF, Organização Mundial da Saúde e como não poderia deixar de ser o "Fundo para a População das Nações Unidas" que mais acertadamente deveria ser conhecido como fundo para a redução da população.

O caderno Guia de Educação Sexual tem 98 páginas e orienta o trabalho educativo em quatro grupos, com conteúdos específicos, todos contra a ordem natural. A perversidade e a perversão estão presentes nos quatro blocos que fazem parte dos mesmos Objetivos do Milenio para o Desenvolvimento, cuja data limite foi o ano 2.000, com a justificativa de acabar com a pandemia de aids.

Entre os 5 e 8 anos, as escolas deverão iniciar as crianças na masturbação e mentalização sobre "os papéis do gênero e suas variações" em outras palavras, homossexualismo. Sir Bertrand Russel já aconselhava isto e mais, para as escolas públicas inglesas, na década de 1950: aulas práticas de sexo infantil até o inicio da puberdade.

Voltemos à ONU/UNICEF: doutouradas em masturbação, as crianças a partir dos 9 anos vão receber aulas sobre os "efeitos positivos e negativos dos afrodisíacos" (drogas também???) e deverão aprender a lutar contra a "homofobia, transformismo e violências" contra os gêneros e variações. Continuamos com a exaltação da homossexualidade que não multiplica a espécie.

A partir dos 12 anos, os jovens "sociólogos" do sexo vão ser instruídos sobre as "profundas razões para abortar"! A partir dos 15 anos ganharão o diploma de doutores em violência sexual e promotores do "direito ao aborto e direito de acesso ao aborto seguro". Tudo com as bençãos dos padres da teologia da libertação. Logo, logo a pedofilia será consagrada como prática sadia!

O grave: tais políticas são aprovadas e executadas pelo Ministério da Educação, com pleno conhecimento das autoridades do governo socialista do Brasil. O resultado está nos jornais. Mas o PT, o presidente e a candidata “não sabem”. Sãso os falsos apedeutas da perversão mental.

(Ref. Juan C. Sanahuja, em: http://www.noticiasglobales.org)  Extraído de Alerta Total

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A arte perdida do compromisso

A arte perdida do compromisso


Sem compromisso, nossa vida individualista será árida e estéril. Sem compromisso, nossas vidas ficarão sem sentido ou propósito

Certas características são tão inerentes ao cristianismo que negligenciá-las significa tornar-se um crente disforme. Uma delas é o compromisso. Um cristão sem compromisso é como um paradoxo. O descompromisso tem sido uma tendência na sociedade moderna. As pessoas estão cada vez menos comprometidas com suas responsabilidades, com seus empregadores e até com sua família. Carreira, casamento, amizade e até mesmo a fé – ou seja, valores enraizados na cultura ocidental – têm sido abalados ela falta de compromisso, sobretudo entre as pessoas mais jovens.

E a percepção não é apenas pela mera observação dos fatos e do comportamento das pessoas. Uma pesquisa feita em 2008 mostrou que mais da metade das pessoas com idades entre 20 e 24 anos estavam com seu empregador atual havia menos de um ano. O matrimônio, em especial, tem sofrido muito com esse quadro. De acordo com dados do último censo norte-americano, os adultos jovens estão se casando mais tarde do que nunca. Um documentário produzido pela PBS em 2006, intitulado A próxima geração, deu algumas dicas sobre o porquê dessa situação atual: desejo de aventura, interesse em progredir na carreira e permanência mais prolongada na adolescência.

A falta de compromisso também está atingindo duramente a religião. Estudos sugerem que a geração iPod chega ao cúmulo de escolher quais aspectos da fé deseja adotar para criar as suas próprias listas espirituais.  A religião passa a ser o mesmo, então, que uma lista de meros interesses pessoais.

Entre os jovens adultos de hoje, a falta de vontade de se comprometer é alarmante. Eles são filhos de uma geração que viveu o apogeu da contracultura, entre as décadas de 1960 e 70, e expressam tal sentimento em seu apogeu. Em 1979, o sociólogo Robert Bellah realizou extensas entrevistas e pesquisas para compreender os chamados “hábitos dos corações” dos americanos médios. Muitos deles não tinham nenhum senso de comunidade ou obrigação social e viam o mundo como um lugar fragmentado de escolha e de liberdade, sempre no objetivo de obter o máximo em realização e conforto pessoal. Instados a expressar alguma forma de compromisso com algo ou alguém além de si mesmos, a maioria quedou-se silente.

Bellah chamou este comportamento de “individualismo ontológico”, uma crença não codificada segundo a qual o indivíduo é a única fonte de significado. O estudioso previu então como essa atitude iria, com o passar do tempo, afetar a sociedade em geral e até a Igreja. Como se vê, acertou em cheio. Desde então, temos visto uma quase ininterrupta marcha em direção ao autofoco, afetando todas as nossas instituições, mas sobretudo o trabalho, o casamento e a família.

Os blocos básicos da construção de uma sociedade pode se corroer se não existir compromisso daqueles que a compõem. No caso da Igreja, é cada vez mais urgente ensinar isso. Afinal, como é possível pensar em ser cristão sem um compromisso voluntário e total com a pessoa de Jesus? Por outro lado, além das ramificações para a sociedade como um todo, quando tal compromisso é recusado o mesmo negligenciado, perde-se uma das grandes alegrias da vida. Quando focamos tudo sobre nós mesmos, perdemos o grande sentido da existência, que outro não é senão conhecer e servir a Deus e amar e servir a nosso próximo.

Isso ficou claro quando 33 cientistas pesquisadores investigaram a relação entre o desenvolvimento humano e da comunidade em um importante relatório chamado Hardwired to connect. A pesquisa revelou que o ser humano é biologicamente preparado para encontrar sentido através de relacionamentos. Depois de quase oito décadas de vida, posso testemunhar sobre isso. Minha alegria maior é dar-me aos outros e vê-los crescer como conseqüência disso. É impossível descobrir isso sem que tenha compromisso com alguém. A primeira vez que aprendi isso foi presenciando meus pais cuidarem de meus avós, de maneira amorosa e espontânea, até o fim de suas vidas.

Vi isso também quando estava no Corpo de Fuzileiros Navais. Lá, ensinava-se aos recrutas como eu que compromisso com o companheiro de farda é tudo. Aprendi que, uma vez em combate, eu certamente morreria se o homem mais próximo a mim não me cobrisse, e vice-versa.

Esse tipo de compromisso total, feito de amor um pelo outro, é o que precisa acontecer nas igrejas. Ao abandonar o compromisso, a nossa cultura narcisista perdeu a única coisa que procura desesperadamente: a felicidade. Sem

compromisso, nossa vida individualista será árida e estéril. Sem compromisso, nossas vidas ficarão sem sentido ou propósito. Afinal, se não se vale a pena morrer por nada, também não vale a pena viver. Mas, com o compromisso, vem o florescimento da sociedade – de vocação, do casamento, da Igreja – e dos nossos corações. Esse é o paradoxo de Jesus, tantas vezes compartilhado quando o Senhor nos oferece para vir e morrer, a fim de que possamos verdadeiramente viver.

Charles Colson & Catherine Larson

Fonte: Cristianismo Hoje

Extraído de Pensar e Orar

Então o Espírito será retirado…

Sir Ken Robinson, um inglês que vive nos Estados Unidos e é professor em uma grande universidade, está defendendo uma revolução na Educação mundial, não apenas uma evolução ou mais uma reforma.

Há muitas pessoas nos dias de hoje envolvidas em reformar a igreja. Mas a pergunta é: Seria essa a nossa missão? Quantas reformas já aconteceram na Igreja ao longo de vinte séculos?

Tenho lido e ouvido muitas pessoas sinceras e comprometidas com Cristo, independente de suas opções em relação à igreja, preocupadas com o desenrolar político no Brasil e no mundo. Cem por cento delas parece estar preocupadas com possíveis restrições políticas. Gente ligada a movimentos anti conspirações assumem outras preocupações, mais ou menos drásticas. Então pergunto: os cristãos estão preparados para as mudanças que possam acontecer, em futuro próximo?

Caso algum acontecimento político futuro viesse a restringir a liberdade religiosa, eliminando o direito de nos reunir sem prévia autorização de algum conselho comunitário, proibindo a realização de cultos, missas ou qualquer outro tipo de atividade religiosa pública, a veiculação de literatura, o bloqueio de todos os sites, blogs e redes sociais onde possamos encontrar nossos irmãos em Cristo, os cristãos estariam preparados para seguir adiante em sua fé propagadora do evangelho, nessas circunstâncias?

Não estaria mais do que na hora de deixarmos de brincar com nossa liberdade atual e tratarmos de nos preparar para o futuro? Estamos diante de pelo menos três sérios riscos caminhando em nossa direção: 1) a sustentabilidade do nosso planeta ; 2) A restrição das liberdades através da implantação de regimes ditatoriais extremistas; 3) Crise do sistema capitalista liberal com conseqüentes invasões e guerras para disputa de riquezas e insumos básicos.

Não seria o momento de revolucionarmos nossas estruturas e tornar a igreja cristã em algo mais alinhado com as orientações bíblicas para os últimos dias?

Muitos seguirão com suas campanhas evangelizadoras pela TV, enquanto as empresas de televisão em seus países não forem estatizadas ou destruídas por algum míssil desavisado. Outros se manterão em seminários para pastores, para a família, jovens e profissionais até que a liberdade de culto e reuniões públicas sejam cassadas. E você, o que pretende fazer daqui para a frente?

Extraído de A Gruta do Lou de Lou Mello

O goleiro Bruno, a Igreja e a Ceia

Quando apontamos o pecado de alguém estamos indiretamente dizendo que somos melhores do que ele.

Todo pecado é o nosso pecado pois em nós reside o mesmo potencial para pecarmos.

Reflexão no texto em Lucas 13 em que os discípulos apontaram o pecado de outros.

44 Mb  -  32 min

OUÇA: CLIQUE AQUI

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Revolução Silenciosa

Enquanto nos EUA o Congresso americano aprovava um pacotão de controle governamental do sistema financeiro (não tenho idéia do que contenha a lei de 2.300 páginas, mas boa coisa não pode ser), na Venezuela o intelectual Alejandro Peña Esclusa era preso sob a espúria acusação de "terrorista", e, na Argentina, graças a uma guerrinha particular dos Kirchner com a Igreja Católica, acabava de sair uma lei liberando o "casamento gay"
É o progressismo mundial mostrando toda a sua onipotência.

Voltemos à questão do casamento gay. Aqui nos EUA, há poucos dias, um professor de Teologia foi demitido por descrever aos alunos em um e-mail os ensinamentos da Igreja Católica e explicar por que esta é contrária ao homossexualismo. Um dos alunos achou que era discriminação, e reclamou. Obteve a demissão sumária do professor.
Há dois problemas graves neste caso. Um, o fato de que hoje nem seja mais necessário criticar diretamente os homossexuais para ter problemas. Basta simplesmente observar que existem pessoas que criticam os homossexuais, ou que existem críticas propícias ao homossexualismo como modo de vida, para se ferrar. O outro problema é a desvirtuação do sistema de ensino, no qual o aluno parece ter mais capacidade de saber o que é justo e certo do que o professor. Se um aluno não gosta ou não concorda com o que é ensinado, demite-se o professor. Ora, era um professor de Teologia católica, queriam que ensinasse o quê?

A mídia também é seletiva sobre os casos que resolve noticiar, por motivos politicamente corretos. Recentemente, um casal de homossexuais assassinos terminou em liberdade, por falta de provas. No entanto, as evidências circunstanciais parecem indicar que sejam mesmo os culpados. Que outra pessoa poderia ser? É um caso que rivaliza com o do O. J. Simpson. No entanto, poucos debateram sobre o assunto. Também sobre este alegre professor universitário pouco se falou na mídia, muito embora seja um caso estarrecedor. Um gay que, com seu parceiro, adotava bebês negros ("racista"!) para abusar deles e ainda vender os serviços da criança via Internet. Foi pego literalmente com as calças na mão, tentando "vender" um negrinho de cinco anos.

Já disse várias vezes que nada me importa o que os gays façam entre quatro paredes, porém eles tampouco têm o direito de controlar o discurso do restante da população nem forçar todos a gostarem de homossexualismo. (E também sou contrário as Paradas de Orgulho Gay realizadas com dinheiro público. Como disse um político americano meio caipira, "se eles estão tão orgulhosos assim, por que não pagam do próprio bolso?")
Porém, não nos exaltemos na homofobia. É bastante claro hoje que, assim como os negros e os índios, os gays são apenas massa de manobra de um movimento muito maior, que deseja destruir completamente todas as instituições e não descansará até não consegui-lo. Afinal, será que os gays querem mesmo casar? A lei de "casamento gay" espanhola foi instituída em 2003. Simpatizantes da lei previram que ocorreriam então centenas de milhares de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O resultado foi
bem mais modesto: 8 mil casamentos gays em 5 anos, ou apenas 2% de todos os casamentos realizados no período. Curioso.

Em Uganda, é o outro extremo. Não só não há "casamento gay", como o homossexualismo pode mesmo ser punido com prisão. O vídeo de um pastor ugandês criticando de forma bastante gráfica os atos homossexuais está fazendo sucesso na rede. Como gozação, entenda-se. O vídeo é realmente hilário, mas talvez deva ser levado um pouco mais a sério, pois envolve uma questão bastante complexa.
Uganda, afinal, foi um dos poucos países em toda a África que conseguiu reverter o crescimento da Aids, doença que devasta o continente. (Isso, é claro, deixando de lado o aspecto de que muitos casos na África diagnosticados como Aids
talvez não sejam de Aids). Uganda diminuiu o contágio graças a uma campanha que enfatizava a abstinência, a fidelidade, e a camisinha, nessa ordem (ABC). Não duvidemos que a campanha anti-homossexual também tenha tido resultados: de fato, a principal forma de contágio da Aids ainda é através de relações homossexuais (63% dos casos nos EUA). Mas talvez alguns prefiram que os miseráveis ugandeses morram de Aids a que sejam ajudados por uma campanha religiosa supostamente apoiada por elementos da "direita cristã americana".

Mas é tudo só mesmo religião? Infelizmente não sou profundamente religioso, mas há alguns que acreditam que, por trás das leis religiosas, encontrem-se justificativas biológicas. Por exemplo, o costume de judeus de não comer carne de porco evitou em seu tempo o contágio de certas doenças como a triquinose. Da mesma forma, poderíamos supor que a proibição bíblica contra o homossexualismo também se relacione a questões de saúde. O sexo homossexual masculino, por sua própria natureza, é certamente de maior risco, por vários motivos que não preciso detalhar aqui. Além de não procriar a espécie.
Está certo prender os homossexuais, ou mesmo condená-los à morte, como faz o Irã? É claro que não. Queremos voltar ao tempo em que escritores como Oscar Wilde podiam passar anos na prisão acusados de "sodomia" ou "indecência"?  Não mesmo, santa. Mas tampouco é correto silenciar todo e qualquer questionamento ao homossexualismo ou ao "casamento gay".

Viver em liberdade é aceitar críticas.

 

Prepare-se: logo mais, vai ser obrigatório.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Presa e sentenciada a 3 anos de prisão por porte de Bíblia e Livros Cristãos


Por André Sanchez

A Bíblia nos diz que "Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela." (1 Coríntios 12:26 - NTLH). Talvez sejamos muito mais adeptos em compartilhar dos momentos felizes do que dos momentos difíceis. Agindo assim, agimos errado, agimos contra a vontade de Deus.

Existem cristãos espalhados por todo este mundo que precisam de solidariedade. Precisam de quem se alegre junto e sofra junto. Precisam de quem obedeça a Bíblia em favor deles.

Seria hipocrisia dizer que vamos nos solidarizar com aquilo que não conhecemos, por isso, a partir de hoje, toda semana serão postadas neste blog, informações a respeito dos cristãos perseguidos e da obra de Deus espalhada por todo este mundo, para que possamos conhecer como vivem alguns de nossos irmãos, suas lutas, suas dificuldades, suas dores, suas alegrias...

Vamos nos envolver, se solidarizar, orar, jejuar, colaborar financeiramente. Vamos cumprir a vontade  de Deus!

Já pensou como seria ser preso por carregar sua Bíblia e praticar sua fé?



Habiba Kouider está presa na Argélia, 2posição na Classificação de países por perseguição. Seu crime? Ex-muçulmana convertida ao cristianismo, foi sentenciada a três anos de prisão por praticar sua fé “sem licença”, em Março de 2008, após ser encontrada portando várias Bíblias e livros cristãos.

Ela e a família precisam de nossas orações! Lembre-se: "Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela." (1 Coríntios 12:26 - NTLH).

Fonte das informações: Missão Portas Abertas  via Esboçando idéias

terça-feira, 29 de junho de 2010

Baruque e a busca por grandeza

Uma pequena meditação em Jeremias 45. 1-5

Baruque era um auxiliar do profeta Jeremias. Aliás, o único seguidor e amigo do profeta. Jeremias pregou por quatro décadas, mas somente o nobre Baruque dava ouvidos e escrevia o era declarado por ele. Baruque era jovem e certamente esperava frutos positivos no ministério do grande profeta, mas nada aconteceu. Jerusalém seria destruída em breve pelos babilônicos, e ele poderia perder até a sua vida. Então veio a decepção: “Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso” (Jr 45.3).

Aqui aprendemos a primeira lição:

1. O crescimento e o sucesso não são necessariamente resultado de uma vida que agrade a Deus

Quantas vezes não estamos como Baruque? Recebemos talentos de Deus, mas não enxergamos os frutos. Sim, muitos vezes estamos cometendo erros que minam as sementes do crescimento; mas também podemos fazer tudo certo, e mesmo assim nada vingar. Simplesmente a vitória não vem. Ficamos tristes como Baruque, pois sempre temos a mania de pensar que fazer a obra de Deus é garantia de sucesso. O Senhor nos faz acordar e lembrar que insucessos fazem parte da vida cristã.

Costumamos julgar os outros talentos pelos resultados. Achamos que quando existe crescimento o talentoso está sendo abençoado por Deus. Ora, muitos crescem sem nenhum compromisso com o Senhor, simplesmente o crescimento é um inchaço sem sustento. Se crescimento fosse garantia de bênção divina, muitas seitas poderiam ser consideradas a essência do cristianismo. E nem sempre um ministério “derrotado”, pequeno e com dificuldades significa desagrado a Deus, mas simplesmente são contingências que fazem os homens sentirem a maturação na vida pelas provas.

Portanto, se você dirige uma grande Escola Dominical, se você dá palestras para multidões, se você prega para milhares, se você é pastor de uma grande igreja, se você é um blogueiro de sucesso, se você é um escritor de best-sellers... Não pense que Deus está abençoado sua vida como fruto de sua piedade, muitas vezes estamos bem longe de Deus e bem próximos do sucesso no ministério cristão.

Jeremias ganhou somente uma alma, como diríamos no evangeliquês, mas foi um dos maiores profetas que passaram por essa terra. Pedro ganhou milhares de almas em um só dia e também foi um dos maiores homens de Deus da história. O importante não são os números, mas a nossa comunhão com Deus. Se somos líderes de um pequeno grupo ou uma enorme catedral, o importante é a comunhão com Ele.

O interessante é que Deus não deixa o jovem desamparado e sem resposta. Mas certamente ele ouve uma declaração que não esperava. O Senhor relembra que é soberano: “Eis que o que edifiquei eu derribo e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra” (v. 4). Aqui aprendemos a segunda lição:

2. Deus é soberano e sabe o melhor para as nossas vidas

Parece conformismo de derrotados e complexados pela dominadora religião. Não, a doutrina da soberania de Deus não visa a inércia do homem e nem a passividade diante de qualquer injustiça. Agora, a soberania de Deus é um alerta para que a nossa murmuração não avance diante de nossa ignorância. Conhecemos o futuro? A humanidade nasceu em nós? Teremos todas as respostas? É claro que a resposta para cada uma dessas perguntas é um sonora não.

Mesmo não sendo possível que conheçamos todas as repostas, Deus jamais nos impede de fazer as perguntas e buscar algumas respostas possíveis. Baruque estava desesperado e sem respostas. Ele fez as perguntas. Ele ouviu sobre a soberania divina e recebeu a promessa que não seria morto pelos babilônicos. As provas passadas por ele não eram para mostrar a Deus alguma coisa, mas sim para mostrar a ele mesmo a extensão de seu caráter. Como declarou C. S. Lewis perante a morte de sua amada:

Deus certamente não estava fazendo uma experiência com minha fé nem com meu amor para provar a sua qualidade. Ele já os conhecia muito bem. Eu é que não. Nesse julgamento, Ele bos faz ocupar o banco dos réus, o banco das testemunhas e o assento do juiz de uma só vez. Ele sempre soube que o meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo. [1]

Não podemos entender tudo, pois somos mortais. Mas podemos fazer perguntas. Não precisamos cair no conformismo, e nem muito menos na murmuração vazia de alguém daqueles se achamo centro do mundo e manifestam isso no ato do desespero. Sejamos sim, honestos como os nossos sentimentos, mas buscando sempre ao consolo de Deus.

No versículo 5, Deus pergunta para Baruque: “E procuras tu grandezas?”. Aí chegamos em mais uma lição:

3. Não devemos procurar grandezas

Queremos coisas especiais para nós. Queremos o tratamento diferenciado. Queremos grandeza. Buscamos conforto, segurança, saúde, vigor, prazer... simplesmente o tempo todo. Baruque assim também desejou nos tempos mais difíceis na vida naquela nação. Deus ia destruir o que Ele mesmo construiu. Certamente não fazia isso por prazer. Mas ainda assim Baruque pensava na sua satisfação, como qualquer um de nós provavelmente pensaríamos.

Quando buscamos tanto prazer terreno, deixamos de desfrutar do prazer no Senhor. Quando buscamos tantas alegrias no mundo, esquecemos da alegria vinda de Deus. Assim trocamos Jesus Cristo pela banalidade que é a vida. Vivemos constantemente como hedonistas que pensam somente em como aumentar o prazer e satisfação pessoal.

Como igreja evangélica estamos em uma fase horrível. A busca desenfreada pela prosperidade, curas, supostas libertações e modos de vida perfeitos são os venenos que matam a cada dia a vida na igreja brasileira. Os cultos se resumiram em reuniões de autoajuda fajuta, sendo que o Evangelho e a satisfação em Deus vão ficando para trás.

Essa igreja que busca prestígio deveria simplesmente lembrar a oração do salmista: “SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim” (Sl 131.1). Assim, deixaria a bajulação a políticos e outras formas de ganhar fama e poder.

Referência Bibliográfica:

[1] LEWIS, Clive Staples. A Anatomia de uma Dor: um Luto em Observação. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2007. p 71.

Extraído de Teologia Pentecostal

sábado, 26 de junho de 2010

Quero ver provar que Deus não existe

 

Por Clóvis Cabalau

Esta eu pesquei na Super Interessante deste mês e é para deixar o famoso ateísta e cientista Richar Dawkins de cara amarrada. A revista diz mais ou menos assim: “Se por um lado, para alguns cientistas é impossível admitir que certas coisas acontecem por causa de Deus, por outro, é impossível para a ciência provar que Deus não existe”.

Essa afirmação - que é pura ciência - é uma espécie de tiro no pé dos cientistas que ainda não se convenceram de que uma realidade cósmica tão bem planejada [isso mesmo, planejada] não pode ser obra do acaso, ou do caos, de uma explosão como o Big Bang. Consideremos o “grande boommm”: seria muita ingenuidade achar que a disposição perfeita dos planetas e galáxias [pelo menos como conhecemos hoje] e ainda as condições perfeitas da Terra para a existência de vida tenham sido obra do caos. Francamente, é difícil de engolir essa. Muito mais difícil do que acreditar que existe um Criador superior, que, por misericórdia [ou por amor, prefiro eu], nos deu, inclusive, a capacidade pensante de duvidar Dele.

A “culpa” pela incapacidade da ciência de provar a existência é de Galileu Galieli, autor do “método científico”, adotado pelos pesquisadores. A lógica é a seguinte: em vez de simplesmente especular sobre as coisas, Galilei criou um método mais rigoroso. São quatro etapas e só passando por elas é possível se chegar a uma conclusão irrefutável. As etapas são: Observação [Olhe e perceba algo notável]; Pergunta [O que é?, por exemplo]; Hipótese [busque uma provável resposta]; Experiência [faça um teste em circunstâncias controladas para confirmar ou negar a hipótese]. E agora José? Quero ver um cientista provar que Deus não existe? Cadê a prova da sua não existência? Onde procurá-la? E mais: como seria possível criar um teste para medir a existência de Deus?

O problema para os pesquisadores, frisa a Super, “é que a ciência, ao contrário da igreja, não prova as coisas pela negativa [só explicando: um milagre é reconhecido pelo Vaticano quando a ciência NÃO consegue explicar o fato]. Para a ciência, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. Ainda segundo a Super, “a única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e todas as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância. E se Richard Dawkins não gostar, sempre pode tirar as calças e pisar em cima”.
***
Postou Clóvis Cabalau, tirando uma casquinha do Dawkins, no
Púlpito Cristão

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Graça profana e barro redimido

Leonardo Gonçalves

Quando conduzido ao pecado, me visto de pensamentos hipócritas. Culpo pessoas pelo erro que é meu e desejo beber de uma graça profana. Busco palavras em escritores pífios, desejo ler meus contos prediletos. Rejeito a priori aquele livro de capa negra que me abre a alma como um velcro, e me desnuda o ser quando desfere o corte.

Porque é que desejo ler Brennan Manning e não o Livro? Porque é que desejo tanto ler um capítulo de Phillip Yancey?

Sim, eu sei: É porque estou desesperado por graça; mas é de uma graça profana que não pune o erro. É porque desejo um Deus que me ame sempre, mas fujo do pastor que com cajado fere. É porque desejo ser abraçado como o pródigo, mas esqueço que há disciplina divina para quem erra.

Ainda bem que a Graça é soberana, e sem contemplar minhas preferências, age. Deixa-me ansioso, enche-me de temores, me confronta e humilha. Mas quando atua, toda culpa leva. E deixa a alma leve... Que a tua graça leve!

Ah, como é difícil ser barro! Que grande inimigo abrigo dentro de mim! A vontade é bigorna e o desejo, um martelo, que quando golpeia despedaça sonhos, sufoca o fogo, pisa a brasa, faz cessar o calor... Como está tudo mais frio agora!

E você, amigo leitor?
Oh, miserável homem: Quem te livrará deste corpo de morte?
Acaso pensas tu, oh fraco, que és forte?
Pois estás condenado a esta mesma sorte.

Mas a graça é graça! E se o homem peca, é porque é barro. E se a graça fere é porque é graça! E se o pai corrige, é porque ama.

Sim, sou barro! Mas o barro comprado por sangue...

Sim, sou barro! Mas barro lavado, projetado antes da fundação do mundo para ser um vaso de honra.

E embora temores a mente assole, e mesmo quando tambores anunciam a morte, nenhum pecado mudará minha sorte, pois não é maior que o Cordeiro, nem a Graça, a Promessa, a disciplina, o perdão ou o amor.

À Paulo, o mais profano dos apóstolos.

***

Leonardo Gonçalves, eternamente grato pela eterna graça, no Púlpito Cristao

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Não escandalize os meninos do Heavy Metal

 

Por Rubinho Pirola

Há alguns anos, estive no Tribal Generation, um fórum que reúne os que dedicam-se a buscar com a mensagem e o testemunho do evangelho, o pessoal da geração chamada emergente.

Foi em Uberlândia-MG. Muita tribo reunida, muita emoção da minha parte ao ver gente maluca de toda espécie - maluca por Jesus e por gente. Gente de todo tipo. Gente que precisa Dele. E que, apesar da nossa velha expectativa religiosa (e preconceituosa), na maioria das vezes, mudada pela cruz, é transformada completamente, mas só por dentro. Por fora, geralmente, contrariamente do que o nosso farisaísmo podia esperar, continuam os mesmos - nos cabelos, nas roupas e adereços, rigorosamente iguais.

Pois foi aí, em meio a muita coisa de Deus no meu coração, no confronto com essas minhas ideias menores, ridículas que ainda teimavam em estar nos cantos escondidos da alma, é que me encontrei com duas ex-ovelhas, do tempo em que pastoreei uma comunidade que se reunia num velho cinema do centro da cidade.

Deviam cada uma, estar já na casa dos 70, 70 e poucos anos. Mas, não tivesse eu uma memória fotográfica - coisa de cartunista - não as teria reconhecido. Cada uma, vestidinha de preto, dos pés à cabeça, bijouterias esquisitas e pasme, com bandanas pretas a cobrirem os cabelos nevados.

Na hora, eu deixei soltar aquela clássica, fruto do inusitado da cena: "Até vocês, minhas irmãs? O que é isso? Que roupas são essas?"...

Tente imaginar a cena e o meu espanto, diante de duas senhoras, exemplos de oração e dedicação piedosa, duas senhoras septuagenárias, na acepção do termo. Ali, diante de mim, duas malucas, passadas do tempo, com correntes e tudo à volta da cintura.

No momento, explicaram-me rapidamente as duas, com toda a autoridade que os céus lhes dava: "Rubinho, pastor amado, estamos assim porque vamos receber pra um concerto aqueles jovens malucos do death metal" (eu confesso: nunca soube que havia até categorias a dividir os caras do movimento heavy!) e emendaram... "e não queremos de maneira nenhuma escandalizar os meninos!"

Taí... Naquela noite tive - pela primeira vez na minha vida - ouvido no mais estrito senso bíblico que, creio, Cristo havia utilizado para defender os pequenos, os que mais necessitados e distantes estavam da mesa farta da graça de Deus.

Até aquela tarde, só tinha ouvido a aplicação dessa palavra, no lado oposto, como um escudo farisaico contra pessoas, para resguardarem um limite de intolerância e preconceito. Algo usado para proteger gente que, como crente, madura, velha de casa, devia mais era ter misericórdia e força suficiente para rebaixar-se à estatura dos perdidos e débeis na fé, para servi-los apresentando-lhes o amor do Pai. E não o contrário.

Desde há muito, ouvira esse: "Cuidado para não escandalizar", para proteger gente que já devia ter maturidade suficiente para flexionar-se à estatura dos mais novos.

Escândalo, cara, é fazer algo, é portarmos-nos de modo a impedir as pessoas de virem a Cristo. Aplicado a crente, escândalo nada mais é do que frescura.

Aplicado à crentes maduros é incentivar a intolerância, o preconceito e o fechar-lhes a guarda em torno das suas preferências, manias e gostos.

Cristo nos chama hoje a despirmos-nos dos nossos cômodos escudos de proteção contra os outros, daquilo que fazem de nós pedra de tropeço à aqueles que querem vir a Ele. Como aliás, Ele fez, despindo-se que tudo o que possuía no céu e vestir-se dessa roupinha ridícula, sensível, frágil, de humanidade.

Estamos prontos a abrirmos mãos de nós mesmos pelos outros? Até que ponto estamos dispostos a ir para não os escandalizarmos?

Nessa tarde, lembrei-me da lição daquelas duas malucas lindas e amadas da minha terra. E orei pra que nunca percam esse amor e elasticidade no irem até aos pequenos.

Nada mais radical e maluco!

***
Fonte:
Rubinho Pirola

Onde estão os homens inquietos do Século XXI?

 

Por André Sanchez

Para mim, um homem sem inquietações deve parar e analisar se realmente está vivo. Os grandes homens são homens inquietos. Não inquietos dominados pela ansiedade, mas dominados pelo inconformismo, pela energia do desejo de mudar, de conquistar, de avançar, de resolver, de fazer, de melhorar.



Tenho sentido as pessoas muito quietas; tudo está bom, tanto faz, não tem jeito, não tem solução, é melhor deixar pra lá, vou ficar no meu canto...

Maldita quietude que nos faz ficar parados ou até andarmos para trás. Maldita quietude que nos faz virar uns covardes, maldita quietude que nos acomoda, maldita quietude que é gostosa para muitos, mas envenena, vicia e mata...

Deus não ensinou aos seus servos espírito de quietude. Os servos de Deus sempre foram aqueles que deixaram o conforto e mergulharam nas inquietações, foram lá, transformaram e fizeram a diferença guiados por Deus.

Se você está acovardado, quieto, desmotivado, inoperante, improdutivo, acomodado, peço a você que veja e siga o exemplo de pessoas que foram inquietas, que foram corajosas, motivaram, operaram, produziram, realizaram, transformaram; sim, pessoas de carne e osso como nós, mas que não aceitaram a viciante e mortífera quietude:

"Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis pôr à prova, ofereceu o seu filho Isaque em sacrifício. Deus tinha prometido muitos descendentes a Abraão, mas mesmo assim ele estava pronto para oferecer o seu único filho em sacrifício."


"Foi pela fé que Moisés, quando já era adulto, não quis ser chamado de filho da filha de Faraó. Ele preferiu sofrer com o povo de Deus em vez de gozar, por pouco tempo, os prazeres do pecado."


"Foi pela fé que Moisés saiu do Egito, sem ter medo da raiva do rei, e continuou firme, como se estivesse vendo o Deus invisível."


"Foi pela fé que caíram as muralhas de Jericó, depois que os israelitas marcharam em volta delas durante sete dias."


"O que mais posso dizer? O tempo é pouco para falar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas. Pela fé eles lutaram contra nações inteiras e venceram. Fizeram o que era correto e receberam o que Deus lhes havia prometido."


"Fecharam a boca de leões, apagaram incêndios terríveis e escaparam de serem mortos à espada. Eram fracos, mas se tornaram fortes. Foram poderosos na guerra e venceram exércitos estrangeiros."

(Hebreus 11. 17, 24, 25, 27, 30, 32, 33 - NTLH)

Extraído de Esboçando Idéias

terça-feira, 15 de junho de 2010

Semeadores e pregadores

E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear...           – Mt 13.3
A obra do pregador assemelha-se à do semeador. Assim como o semeador, o pregador tem de semear boa semente; tem de semear a pura Palavra de Deus e não as tradições da igreja nem as doutrinas dos homens. Sem isso o seu labor será inútil. O pregador pode andar de um lado para o outro, parecer que diz muito e que se esfalfa na correria semanal das obrigações do ministério; mas não haverá colheita de almas para o céu, não resultará em vidas, nem em conversão.
Assim como o semeador, o pregador tem de ser diligente; não deve economizar esforços; precisa usar de todos os meios possíveis para fazer prósperar sua labuta; é-lhe indispensável semear "junto a todas as águas" [Is 32.20] e "lavrar com esperança" [1Co 9.10]; precisa estar pronto "a tempo e fora de tempo" [2Tm 4.2]; não deve ser detido por dificuldades nem desânimos: "Quem observa o vento nunca semeará" [Ec 11.4]. Sem dúvida, o sucesso do pregador não depende só do seu labor e diligência, mas sem labor e diligência não se alcança o sucesso (Is 32.20; 2Tm 4.2; Ec 11.4).
Assim como o semeador, o pregador não tem poder para dar vida. Pode lançar a semente entregue ao seu cuidado, mas não pode ordenar que ela germine; pode apresentar a Palavra da Verdade às pessoas, mas não tem poder para obrigá-las a recebê-la e a fazê-las produzir frutos. Dar a vida é prerrogativa solene de Deus: "O espírito é o que vivifica". Somente Deus é "que dá o crescimento" (Jo 6.63; 1Co 3.7).
Deixemos que essas reflexões penetrem nosso coração. Não é fácil ser um verdadeiro ministro da Palavra de Deus. Ser um obreiro indolente e formal na igreja é fácil; ser um semeador fiel é terrivelmente difícil. Em nossas orações, devíamos interceder de maneira especial pelos pregadores.
Autor: J. C. Ryle (1816–1900)
Fonte: Day by day with J. C. Ryle, org. Eric Russell, Christian Focus Pub., p.179
Tradutor: Marcos Vasconcelos

Extraído de Mens Reformata

sábado, 12 de junho de 2010

Dia do Pastor

Por Renato Vargens

Neste domingo boa parte da igreja evangélica comemorará o dia do pastor.

Pois é, como já escrevi inúmeras vezes o ministério pastoral não é nada fácil. Cotidianamente os pastores lidam com situações extremamente complicadas onde dor, angústia e ansiedade se fazem presentes. Sem sombra de dúvidas os Ministros do Evangelho  ao conduzirem o rebanho de Cristo desenvolvem um árduo e penoso trabalho. Se não bastasse isso, eles necessitam esmerar-se no estudo da Bíblia, dedicar-se com afinco a oração e piedade, aconselhar os tropegos, admoestar os insubmissos, além de treinar e fazer discipulos ensinando-as a guardar no coração a sã doutrina.

O pior disso tudo, é que parte da igreja não reconhece o valor do pastor. Na verdade alguns irmãos  não tratam de seus pastores como deveriam. Infelizmente conheço inúmeros casos de pastores marcados por igrejas intransigentes, que exigem de seus líderes atitudes sobre-humanas, levando-os a exaustão espiritual.

Isto posto gostaria de  trazer algumas sugestões para aqueles que entendem a complexidade do ministério pastoral e que desejam se tornar incentivadores do seu pastor:

1º- Interceda e ore pelo seu pastor todos os dias. Faça-o saber que está orando por ele.
2º - Preste atenção ao sermão. Dê ao pregador toda a sua atenção, e procure colocar em prática aquilo que está sendo pregado no púlpito.
3º- Decida  aprender com seu pastor. Deixe que o sermão do domingo seja o início do seu estudo semanal. Pegue o que você ouviu e aplique-o às suas outras leituras, estudos e leitura bíblica.
4º Evite fofocas. Proteja o seu pastor incentivando o queixoso a resolver suas questões pessoalmente com ele.
5º - Não joque lenha na fogueira. Seja um "apagador" de incêndios.
6º- Pergunte a si mesmo: Como posso encorajar o meu pastor? O que eu posso começar a fazer, que ainda não tenha feito no passado para animá-lo. Eu estou apoiando o pastor e seu ministério ? Eu mostro isto pelas coisas que eu digo e faço?
7º- Se você tiver dúvidas a respeito do ensino do pastor, pesquise nas Escrituras e estude-as cuidadosamente, com a mente aberta. Discuta a interpretação com seu pastor de maneira franca e sincera, e depois permita ao Espírito Santo guiá-lo e ensiná-lo na verdade. Esteja preparado para diferenças honestas de opinião acerca do significado de algumas passagens.
8º - Encoraje o seu pastor a gastar tempo regularmente em oração e estudo.
9º- Deixe para ele um bilhete de vez em quando mencionando coisas que ele tenha dito ou feito que teve algum significado para você. Menções específicas de como as mensagens têm ministrado a você.
10º - Evite criticas descontrutivas.
11º - Estimule grupos na sua igreja - especialmente aqueles dos quais você faz parte  a encorajar o pastor e a sua família. Converse com outros a respeito dos ensinos dos sermões. Promova conversas e ensino, baseados nos sermões, como uma parte regular das suas conversas na igreja.
12º -  Encoraje a família do seu pastor.

E por fim responda sinceramente: "se você fosse pastor gostaria de ter uma pessoa igual a você como ovelha?

Prezado amigo, valorize seu pastor, com certeza isso agradará ao Senhor.
PS: Que tal escrever para ele ou mandar um mensagem de texto agradecendo a Deus pelo seu ministério?

Renato Vargens

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Evangelho e A Cabana

Uma coisa é certa: ninguém consegue ler o livro A Cabana e ficar neutro ou imparcial. Quem gosta, gosta apaixonadamente, tanto que geralmente o indica para todos que encontra e compra um monte de exemplares para dar de presente a amigos e conhecidos. Quem não gosta, fica furioso e combate energicamente os pontos que considera heréticos. Não é por outro motivo que aparece quase sempre em primeiro lugar na lista da VEJA dos livros de ficção mais vendidos há mais de 83 semanas consecutivas.

Para um manuscrito que não foi aceito pelas editoras evangélicas, porque o consideraram muito fantasioso e escandaloso, nem pelas editoras seculares, porque fala muito de Jesus e de Deus, isso é um fenômeno impressionante. E não foi somente em terras tupiniquins que alcançou tamanho sucesso. Ficou na lista dos mais vendidos da New York Times por 70 semanas e já vendeu mais de 7 milhões de cópias em inglês.

Pessoalmente, não tive nenhum interesse em ler esse livro até receber entusiásticas indicações de amigos cuja opinião respeito muito. Quando o li, fiquei tão impactado quanto eles. Por ser uma fantasia e não um compêndio teológico, o autor tem toda a liberdade para não ficar preso a clichês evangélicos. Pelo contrário, parece ter prazer em desmanchá-los! Mas a mensagem que passa do amor eterno de Deus pelo homem e do relacionamento maravilhoso que existe entre as pessoas da Trindade é imperdível e de valor incalculável.

Após ler o livro Por Que Você Não Quer Mais Ir À Igreja? de Wayne Jacobsen (o homem que ajudou William Young a reescrever A Cabana) e de ouvir palestras dele numa conferência em Sorocaba, SP (nos dias 5 e 6 de dezembro de 2009), fui sentindo-me muito intrigado com novos aspectos do evangelho que até então não havia percebido. Tanto ao ler os livros quanto ao ouvir o autor, tive a sensação de discordar fortemente de alguns conceitos ao mesmo tempo em que não conseguia descartá-los porque pareciam ter fortes bases bíblicas. Esse sentimento paradoxal, apesar de desconfortável, não é negativo, pois nos impele a voltar-nos para as Escrituras como se nunca as tivéssemos lido antes, em busca de uma revelação mais perfeita da verdade.

Apesar de saber que é impossível transmitir, nas poucas palavras de um artigo de revista, meus pensamentos e descobertas a esse respeito, quero, pelo menos, esboçar alguns conceitos que poderão ser úteis para leitores sinceros que estão trilhando a mesma caminhada em busca de um conhecimento mais profundo de Deus, do seu amor e do seu maravilhoso evangelho.

Lembro-me, como se fosse hoje, de um dia em que meu pai, John Walker, compartilhou conosco uma revelação que acabara de receber. Ele disse que sempre ficara incomodado ao ver que os esotéricos e místicos espíritas têm muito mais facilidade do que os cristãos para acessar o mundo espiritual e apresentar um comportamento tranquilo e cheio de amor e caridade. A razão para isso, de acordo com sua nova descoberta, é que os espíritas não enfrentam o obstáculo do pecado e da lei. Para eles, o pecado consiste apenas em imperfeições que serão sanadas por meio de múltiplas reencarnações e experiências de aprendizagem. Sem o pecado e sem a lei, não sofrem de senso de culpa ou condenação e, por isso, têm facilidade para entrar no nível espiritual e tranquilidade mental e psíquica para demonstrar bondade, educação e caridade ao próximo.

Os cristãos, por outro lado, vivem numa luta constante com o problema do pecado, e isso os faz oscilar entre sentimentos de orgulho e culpa, justiça própria e condenação, exultação e depressão. Por causa desse estado mental, dificilmente entram no nível de revelação espiritual e raramente conseguem sentir ou transmitir paz, alegria e amor para abençoar os que estão ao seu redor.

Em conclusão, podemos afirmar que o problema todo gira em torno do pecado e da lei. Não é por coincidência que a Bíblia inteira, tanto no Velho Testamento quanto no Novo, trata desse assunto! E é por não entendermos a mensagem da Bíblia sobre isso que vivemos tão aquém da herança que Cristo morreu para nos legar.

Os três níveis

Agora, quero apresentar para você uma ferramenta que talvez o ajude a entender essa mensagem e, consequentemente, a tirar proveito da mensagem do livro A Cabana e dos livros e palestras do nosso querido irmão Wayne. Chamo esta ferramenta de OS TRÊS NÍVEIS DO CONHECIMENTO DE DEUS.

O primeiro nível, na verdade, não é um nível de conhecimento; é quando há total desconhecimento de Deus! Chamo os ocupantes desse nível de “pecadores alegres” (em analogia com a expressão popular “bobo alegre”). Uma boa ilustração sobre as pessoas dessa categoria são as doenças assintomáticas. A pessoa pode sofrer de uma doença capaz de matá-la (hipertensão, por exemplo) e continuar sentindo-se feliz e despreocupada porque não apresenta sintoma algum.

Paulo diz em Romanos 7.9: “E outrora eu vivia sem a lei; mas assim que veio o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri...” Sem a revelação do Deus Todo-poderoso, Rei do universo, tão santo e puro que sua mera proximidade, mesmo sem querer, mataria o corrupto e perverso, o homem consegue viver mais ou menos tranquilo. Quando se compara com outros que julga piores do que ele, consegue ficar em paz consigo mesmo e imaginar que sua situação não seja tão ruim.

Quando, porém, “vem o mandamento”, isto é, quando Deus se revela a ele, a situação muda drasticamente. Diante da santidade aterradora de Deus, suas boas obras e “bom caráter” viram trapos de imundícia diante dos próprios olhos, deixando-o horrorizado frente à revelação de seu verdadeiro estado interior. “Os pecadores de Sião [povo de Deus, da igreja!] se assombraram; o tremor apoderou-se dos ímpios. Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? Quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?” (Is 33.14).

Diante dessa crise terrível, a pessoa sai do primeiro nível e entra no segundo, que pode ser chamado de “pecadores desesperados”. Ela sai do estado de ignorância da existência e da força desse horrível mal que existe dentro dela e entra num estado de espanto e perplexidade. Romanos 7 é o capítulo que descreve essa situação com mais exatidão. Não é o estado de um cristão normal, em termos bíblicos. É o início da conversão, mas não o fim! É o estado de uma pessoa que tomou conhecimento da verdadeira natureza de Deus e de sua própria natureza caída e abominável.

Nesse ponto, ela está numa espécie de “terra de ninguém”, semelhante à região que fica entre as duas Coreias; quem anda por lá pode ser morto tanto pelos guardas da Coreia do Sul quanto pelos da Coreia do Norte. A pessoa sente-se acusada pelo diabo e rejeitada por Deus. Parece ser muito pior do que o primeiro nível, mas não é. O ditado “É preciso piorar primeiro para depois melhorar” pode ser aplicado aqui. É muito melhor saber a verdade sobre sua doença do que continuar alegre na ignorância e ser destruído repentinamente. E, para quem realmente experimenta essa crise em profundidade, o grito no final de Romanos 7 expressa perfeitamente o que ele sente: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24).

De acordo com Wayne, o temor do Senhor é o início da sabedoria, não o fim. O fim é o terceiro nível. O fim é conhecer o amor de Deus que excede todo o entendimento. O fim é saber “que o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 Jo 4.18). Podemos chamar este terceiro nível de “pecadores livres”.

Um bom exemplo da passagem do segundo para o terceiro nível é a conversão do apóstolo Paulo.

Depois do encontro com Jesus no caminho para Damasco, durante três dias de horror, sem comer nem beber, em escuridão física (pela cegueira) e espiritual, só podia estar pensando sobre tudo o que fizera com tanto sacrifício durante toda a sua vida e como estava totalmente errado, totalmente perdido. Foi então que recebeu a visita de Ananias, que lhe trouxe cura, batizou-o nas águas e assim o introduziu no reino de graça e amor do nosso Senhor Jesus Cristo. O alvo de Deus para nós, numa vida cristã biblicamente normal, é que vivamos inundados com a consciência do amor de Deus por nós, livres de toda culpa, condenação, vergonha e medo. Esse é o terceiro nível do conhecimento de Deus.

Cuidado com atalhos

É verdade que os espíritas conseguem acessar o mundo espiritual com muito mais facilidade do que os cristãos, mas, por usarem atalhos e não enfrentarem o problema do pecado e da lei, não é com o Espírito Santo que fazem contato. Os milagres que realizam e a paz e o amor que evidenciam são falsos; vêm por meio de outros espíritos, espíritos enganadores. Se você quiser ter comunhão com Deus e ouvir a voz do Espírito Santo, não pode usar atalhos. É necessário encarar de frente o problema do pecado e da lei santa de Deus. Não existe outro caminho a não ser por meio de Jesus e do seu sacrifício. Para passar do primeiro nível para o terceiro, é necessário enfrentar o segundo!

A grande tragédia hoje é que a maioria dos cristãos se encontra no primeiro ou no segundo nível. É possível participar por muitos anos de uma igreja hoje e nunca ouvir sobre a santidade de Deus, a realidade do inferno e o perigo de ter uma grande decepção no Dia do Juízo. Em muitos púlpitos hoje, só se ouve sobre as bênçãos de Deus referentes à vida financeira, à conjugal e à emocional. Por outro lado, nas igrejas onde há pregações mais sérias, os cristãos vivem atormentados por dúvidas sobre sua salvação e oprimidos por sentimentos de culpa durante a maior parte do tempo. Nesse caso, geralmente tentam aliviar a alma pelo esforço humano, tentando obedecer exortações de seus líderes para darem ofertas maiores, jejuarem mais frequentemente e cumprirem obrigações adicionais.

A única maneira de nos livrarmos dessas situações indesejáveis é por meio de ouvir e crer no evangelho puro de nosso Senhor Jesus Cristo. Realmente ali encontramos boas novas! Não precisamos pegar atalhos nem nos submeter a jugos de escravidão. Podemos sentir-nos totalmente miseráveis e imprestáveis e, ao mesmo tempo, saber, sem sombra de dúvida, que Deus nos ama incondicionalmente. É por causa desse amor que ele providenciou um meio perfeito, não somente para perdoar-nos, mas também para transformar-nos em pessoas santas e irrepreensíveis. Esse é o conteúdo do evangelho, revelado em muitos lugares nas Escrituras e exposto de forma especialmente clara e completa no livro de Romanos. Se foi isso o que ele prometeu, é certeza que vai realizar tudo o que prometeu a nosso respeito.

Para pessoas que sofrem há anos as consequências de viverem no segundo nível, a mensagem de A Cabana traz vislumbres desse evangelho, dessas boas novas a respeito de quem Deus realmente é e como ele pensa e sente a nosso respeito. Para pessoas que nunca tiveram contato com o verdadeiro Deus e não possuem noção alguma da santidade dele nem da própria imprestabilidade, pode ser que a leitura de A Cabana apenas reforce seu sentimento infundado de tranquilidade e seu conceito de um Deus “Papai Noel”, como vovô misericordioso no Céu que passa por cima dos nossos pecados como se não tivessem qualquer importância ou seriedade.

No fim das contas, o que importa não é A Cabana ou sua posição em relação a ela e, sim, em que nível você está no conhecimento de Deus. Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3). Quando os anjos cantaram na ocasião do nascimento de Jesus, com certeza não estavam celebrando uma vida cristã de pecador alegre, nem uma vida atribulada por esforço humano e condenação. Eles estavam louvando a Deus porque agora seria liberada, para os homens, uma vida plena de conhecimento do amor insondável de Deus, manifestado pela ação inédita de enviar seu Filho em forma humana para destruir o poder do pecado e transmitir-nos o dom gratuito da sua justiça.

Não precisamos mais ficar nos primeiros dois níveis – podemos viver como filhos amados no terceiro nível! 

por Harold Walker

Extraído de Revista Impacto